Que tal unir preservação ambiental à prática de atividades físicas? Essa é a ideia central do plogging, modalidade que surgiu no ano passado na Suécia e consiste em recolher lixo durante corridas, pedaladas e até mesmo naquela caminhada leve para aliviar o estresse. O plogging não tem regras fixas: o importante é estar disposto a queimar calorias e contribuir no combate à poluição. Desde que a prática ganhou força, atletas amadores e profissionais fazem mutirões para limpar cenários urbanos, como praças e parques, e trilhas alternativas, como bosques e margens de rios.
O tema será o enfoque da palestra que ocorre nesta quarta-feira, às 19h, no Ordovás, em Caxias. Quem ministra é o educador físico Carlos Alberto Tenroller:
— As pessoas saem munidas de luvas e sacos plásticos e vão recolhendo latinhas, garrafas PET, embalagens plásticas e vários tipos de resíduos.
Desde que adotou o plogging como estilo de vida, Tenroller trocou o transporte motorizado pela bicicleta e acumula diversas aventuras ecológicas. Diariamente, o professor pedala cerca de 20 quilômetros no trajeto que faz de casa, no bairro Partenon, em Porto Alegre, até a escola que leciona, em Canoas. No caminho, recolhe os resíduos descartados incorretamente pelas ruas e rodovias.
— Isso me proporciona economia em transporte, garante uma rotina diária de exercícios e possibilita que eu junte latinhas de alumínio pelo caminho.
Além da palestra no Ordovás, o professor participa de bate-papo com estudantes da rede municipal ao longo da semana. Amanhã, um encontro está marcado na Escola Rosário de São Francisco, no bairro Rosário II, e, na quinta-feira, haverá atividade na Escola Nova Esperança, no Desvio Rizzo.
Prática rentável - Não bastassem os benefícios à saúde e ao meio ambiente, o plogging também pode render financeiramente. No caso de Tenroller, o valor obtido com a venda dos materiais recolhidos já possibilitou uma viagem de 36 dias à Europa em 2016. No roteiro, países como Bélgica, Holanda, França, Alemanha e Luxemburgo, além do prestigiado caminho de Santiago de Compostela, entre Portugal e Espanha.
—Eu juntei cerca de 900 kg de latinhas, vendi para reciclagem, comprei euros e fiz o caminho de Santiago a partir de Lisboa. Foram 21 dias caminhando — relata o professor.
As experiências vividas por Tenroller nos mais de 600 quilômetros de peregrinação, em 2016, resultaram no livro O professor que catou latinhas e foi a Santiago de Compostela. A obra estará à venda no Ordovás, amanhã, durante a palestra. A publicação custa R$ 20 - ou quatro quilos de latinhas.
AGENDE-SE
O quê: palestra "Sustentabilidade e Plogging", com o educador físico Carlos Alberto Tenroller.
Quando: quarta, às 19h (duração: 60 minutos).
Onde: Centro de Cultura Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312, bairro Panazzolo), em Caxias.
Quanto: entrada gratuita. O livro O professor que catou latinhas e foi a Santiago de Compostela custa R$ 20 ou quatro kg de latinhas.
Informações: pelo telefone (54) 3901-1316.
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