Depois de fazer graça com os gringos com composições próprias e paródias de grandes sucessos musicais, o grupo Os Colonos Zo Scarpon escolheu canções do folclore italiano para celebrar seus 15 anos de carreira. Neste sábado, eles lançam o terceiro disco, La Bella Polenta, com a promessa de boas gargalhadas a quem for ao Teatro Pedro Parenti, na Casa da Cultura.
– Parece que foi ontem. Durar todo esse tempo não é para qualquer um – diz o vocalista Ben-Hur Toledo ao lembrar da trajetória do conjunto, nascido em 2002.
Há 15 anos, Toledo cantava no Ricordi, conhecido grupo folclórico de Caxias naquela época. Ele e o amigo e colega Denival Silveira (teclado e acordeon) resolveram fazer algo semelhante aos Mamonas Assassinas, banda paulista de pop rock cômico cujos integrantes morreram em um acidente de avião em março de 1996.
– Disse para o Denival: "vamos criar uma banda parecida, com aquela alegria que os Mamonas mostravam no palco".
Nascia o Zo Scarpon, que, conforme explica o vocalista, queria retratar as desventuras de um grupo de "colonos tchó" na cidade grande, no caso, Caxias do Sul. Tudo era contado, com muita irreverência, por meio de paródias musicais interpretadas com o mais genuíno sotacón dos gringos da região e com o uso de figurinos e adereços.
O primeiro sucesso foi uma versão de La Bamba, cuja versão colona ganhou o refrão "Vamos pra Areias Brancas" no lugar de "Para bailar La Bamba", numa referência ao principal destino dos veranistas da Serra entre dezembro e março.
– Foram anos até conseguirmos os direitos autorais da melodia. É sucesso até hoje – garante Toledo.
Outra versão de sucesso, baseada no hit Pelados em Santos (aquele da Brasília amarela), dos Mamonas, narrava o desgosto de Zudite ao descobrir que seu pretendente queria levá-la à praia de carroça.
Mas não é só isso! O repertório também contempla canções gauchescas, música de bandinhas alemãs “e o que precisar”, garante Ben-Hur. E apesar do nome Zo Scarpon remeter diretamente ao idioma italiano, as canções do grupo também são interpretadas com outros sotaques, como o polaco, o alemão e o português.
Compondo na estrada
Alguns anos após a estreia, o nome Zo Scarpon ganhou o complemento Os Colonos, para evitar serem confundidos com o Sul Paion, outro conhecido grupo musical da região. Em 2008, veio o segundo CD, Minhas Origens, em homenagem à colonização italiana. Em 2011, eles lançaram um DVD de oito videoclipes, com os músicos atuando como atores de suas próprias canções. No ano passado, veio uma coletânea de 21 músicas já registradas nos dois discos anteriores.
Atualmente, o Zo Scarpon faz uma média de dois a três shows por mês, a maioria deles em festas e bailes em cidades do oeste catarinense e paranaense. O lugar mais longe para onde já foram fora do Estado foi Toledo (PR), a aproximadamente 770 quilômetros de Caxias. No Rio Grande do Sul foi Uruguaiana, distante 750 quilômetros da cidade serrana.
– Na van nasceram muitas músicas. Piercing, por exemplo surgiu de uma viagem a São Miguel do Oeste (SC). A letra foi composta na ida e a melodia, na volta.
Formação
Atualmente, o Zo Scarpon tem a seguinte formação: Luis Rossa (Didio), no baixo, Ederton Pezzi (Nenê), na bateria, Ben-Hur Toledo (Sabugo), no vocal, Claudio Silva (Alemon), na guitarra e Denival Silveira (Nani), no teclado e acordeon. Durante muito tempo, a cantora Daiane Tomasi interpretou a personagem Zudite.
O nome
Zo Scarpon tem origem no dialeto vêneto e quer dizer Pisa Fundo.
Programe-se:
:: O quê: lançamento do CD La Bella Polenta, do grupo Zo Scarpon
:: Quando: sábado, às 20h
:: Onde: Teatro Municipal Pedro Parenti (Rua Dr. Montaury, 1.333, Centro – Caxias do Sul)
:: Quanto: R$ 10 (estudantes e sênior) e R$ 20 (público em geral). A bilheteria do teatro abre às 18h.
As faixas
z La Bella Polenta
z Funiculi, Funicula
z Ciribiribin
z El Vécio Trivelin
z La Bela Violeta
z La Verginela
z Reginella Campagnolla
z Oh bela Ciao
z Mérica Mérica (participação do tenor Giovanni Marquezeli)
z Su le scale del Ufissio
z Gira l’amore
z Quel Massolin di Fiori
z Santa Lucia
z Zo Scarpon