Entusiasta da cultura caxiense e referência de cordialidade, Amália Marie Gerda Bornheim morreu na tarde desta quarta-feira, aos 83 anos. Ela estava internada no Hospital saúde para tratar uma infecção intestinal e não resistiu à doença.
Irmã de Gerd Alberto Bornheim (que morreu em 2002), considerado um dos principais filósofos brasileiros, e de Irmgard Cecília Bornheim (que morreu em 2013), com quem morava na área central da cidade, Gerda integrava o reconhecido grupo de pensadores e artistas da Aliança Francesa nas décadas de 1950 e 1960.
Professora aposentada, poeta e trovadora atuante, nos últimos tempos Gerda descobriu o prazer de fazer haicais, com os quais construía imagens poéticas e românticas em torno da vida. No ano passado, lançou o primeiro livro, Estações d'Alma, reunindo produções que começaram a ser feitas em 2002.
Gerda é retratada pelos amigos como uma pessoa adorável, que conseguia ser simples e acessível, ao mesmo tempo em que se apresentava refinada no trato com as pessoas.
— Visitá-la era como entrar em uma cápsula do tempo. Ela é a última de uma família de pensadores e amantes da arte, que tinham muita delicadeza com as pessoas — lembra Gilmar Marcílio, amigo da família há 20 anos e diretor da Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim.
Gerda era uma pessoa atenta ao seu tempo.
— Muitas coisas se perdem no tempo, outras calam dentro da gente e nunca esquecemos delas. Não tenho mágoas, vibro com a vida! A gente é tão feliz se souber observar as coisas que nos rodeiam. Adoro conviver com os jovens. Podia me sentir fora do tempo, mas não. Estou centrada no meu tempo, que é um grande aliado — declarou, em entrevista ao Pioneiro em 2010.
Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.