São 17 anos como vocalista da banda Chimarruts, cantando reggae e dividindo palco com sete homens. Então, Tati Portella sentiu a necessidade de compartilhar com o público outras facetas de sua arte. A cantora não se desligou do grupo com o qual ficou conhecida, mas se entrega agora a ritmos como o samba e o blues, abraçando composições que até então estavam guardadas esperando um espaço adequado. O tal espaço surgiu com o disco solo de nome sugestivo Noutra Direção, lançado ano passado. Para modificar ainda mais o tom, Tati escolheu apenas musicistas mulheres para acompanhá-la na turnê que passa por Bento Gonçalves nesta quarta, e por Farroupilha nesta quinta.
– É uma banda onde existe muito diálogo, delicadeza, companheirismo, carinho – elogia a cantora.
Tati explica que as meninas que a acompanham no palco – Bibiana Petek (guitarra), Jéssica Berdet (baixo) e Rika Barcellos (bateria) – acrescentaram muita leveza às apresentações que, por outro lado, exploram canções com temas para além da positividade do reggae.
– É um repertório que mexe muito com as emoções, em que eu posso mostrar um coração sofrendo (risos). Todo mundo tem um lado mais sombrio. Claro que também falo de felicidade, mas são composições nas quais procuro um autoconhecimento e acho que todo mundo se identifica – comenta ela.
Além das composições próprias, Tati foi buscar a diversidade de outros olhares femininos e trouxe para o disco contribuições de artistas como Gisele De Santi (autora do sucesso da Chimarruts, Do Lado de Cá), Janaina Pereira e Liniker.
– Quis explorar diálogos diferentes, todas essas artistas têm coisas bonitas para passar – justifica.
As apresentações de Tati Portella na Serra ocorrem bem na semana do Dia Internacional da Mulher, o que reforça o tom empoderado do momento atual dela. Porém, o sentimento não é recente, talvez somente não estivesse tão em evidência enquanto a cantora se apresentava somente com a Chimarruts. Tati conta que vem de uma família de mulheres muito fortes, musicistas, que a ensinaram a nunca "baixar a cabeça".
– A música do Brasil é construída por muitas mulheres Acho que estamos conseguindo espaço, vejo que o meio empresarial ainda é muito pior do que o artístico, é lá que as mulheres ainda ganham muito menos que os homens – diz.
PROGRAME-SE
:: O que: show Noutra Direção, com Tati Portella
:: NESTA QUARTA: às 20h, na Fundação Casa das Artes (Herny Hugo Dreher, 127), em Bento Gonçalves. Ingressos à venda no Sesc Bento Gonçalves (Rua Cândido Costa, 88), a R$ 20 (geral), R$ 15 (empresários e dependentes com Cartão Sesc/Senac) e R$ 10 (comerciários, dependentes com Cartão Sesc/Senac, além de estudantes e idosos)
:: NESTA QUINTA: às 20h, no Auditório do Sindilojas de Farroupilha (Nataly Valentini, 75). Ingressos à venda no Sesc Farroupilha (Av. João Pessoa, 835), aos mesmo valores de Bento