Romeu e Julieta se amam, mas o ódio entre suas famílias é a ruína dessa paixão. A trama shakesperiana tem incontáveis versões do cinema ao balé. Na que o Ballet Guaíra apresenta neste sábado, às 20h, no Teatro Pedro Parenti (ingressos a R$ 20 ou R$ 10 – meia entrada), a música de Sergei Prokofiev permanece intocável. Mas a versão do coreógrafo Luiz Fernando Bongiovanni reduziu a coreografia a uma hora e dez minutos.
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Tempo suficiente para que, segundo a diretora artística da companhia, Cintia Napoli, se mantenha a beleza e potência da obra:
– Fizemos esta versão reduzida no ano passado com o intuito de democratizar e revitalizar a obra. A coreografia do Bongiovanni é lindíssima e, num momento de crise do país, temos que fazer a nossa parte para difundir a arte e a cultura.
A redução não implica na perda de momentos marcantes da história, como o balcão, a fonte e a igreja onde os enamorados se encontram. O cenário para isso vem de Curitiba, cidade sede do Ballet Guaíra com sua trajetória de mais de 40 anos e 130 coreografias que contribuem para a história da dança brasileira.
– Nossa preocupação foi deixar as partes principais. Até agora fomos vistos por 14 mil pessoas – conta Cintia, citando a turnê nacional do Guaíra com este balé.
Esse público é atraído pelo que conhece da história e, também, pelo que de novo pode descobrir através da dança.
– Romeu e Julieta mostra a fragilidade do ser humano, nos humaniza e nos lembra que somos de carne e osso, que nos apaixonamos e que morremos. Mas o espetáculo também tem um lado suave, divertido, não é hermético – afirma a diretora.
Todo esse contexto é construído em linguagem contemporânea, com a ajuda da técnica do balé clássico.
– A gente trabalha obras consagradas com a nossa linguagem. Temos um pensamento contemporâneo que contempla uma diversidade de opções, incluindo o clássico – diz Cintia.