Mesmo sem nunca ter pisado em Caxias do Sul, Tail Dragger já frequenta o Mississippi Delta Blues Bar há tempos. É que, por incontáveis vezes, o dono do estabelecimento, Toyo Bagoso, colocou para rodar no DVD um registro feito em Chicago, no qual o vocalista norte-americano se apresenta ao lado de Lurrie Bell (guitarra), Billy Branch (gaita) e Bob Stroger (baixo). Daquela banda dos sonhos, o potente trio Bell/Branch/Stroger já se materializou em carne e osso por aqui em outras ocasiões. Nesta terça é a vez do vocalista. Especialmente nesta noite não será preciso olhar para a televisão para conferir o autêntico blues de Chicago na voz potente de Tail Dragger: o lendário blueseiro de 75 anos estará entre os mortais.
– Vai ser uma noite que espero desde que abriu o bar. Trazer Tail Dragger para Caxias é uma grande realização – diz Toyo Bagoso, que assistiu pela primeira vez um show do vocalista em 2011, em Chicago.
Dragger nasceu James Yancey Jones e foi criado pelos avós, no Arkansas. Ainda criança, foi fisgado pelo som do blues, mas só durante os efervescentes anos 1960 resolveu deixar sua cidade natal rumo à meca do blues: Chicago. Por lá, Jones trabalhou como mecânico durante algum tempo, mas teve a sorte de conhecer pessoalmente o dono de uma das vozes mais icônicas (e roucas) do blues. Howlin’ Wolf (1910-1976) já era um veterano na época, mas acolheu o talento do jovem Jones, convidando-o inclusive para substituí-lo em alguns shows.
Foi o lobo (Wolf) que o colocou nos palcos, e que batizou o pupilo como Tail Dragger (expressão que, nos Estados Unidos, também dá nome a pequenos aviões como o teco-teco).
– Ele me deu esse nome porque eu sempre cantava fora de tempo, cantava arrastando a cauda (na tradução literal do nome). Ele sempre me dava conselhos para melhorar meu problema, recomendava que eu escutasse ao baterista com mais atenção – conta Dragger, que já está no Brasil realizando alguns shows.
O vocalista seguiu as dicas do mestre à risca e, no início dos anos 1970, já era um artista solo com certo reconhecimento. Howlin’ Wolf chegou a dizer que um dia Tragger ocuparia o seu lugar. O aval do ídolo ajudou a impulsionar a carreira do vocalista e, mais do que isso, revelou-se um caminho a seguir. Até hoje, sempre que alguém pergunta qual o estilo de blues de Tail Dragger, ele responde:
– Howlin’ Wolf style!
PROGRAME-SE
:: O que: show de Tail Dragger (Chicago)
:: Quando: nesta terça, às 21h30min
:: Onde: Mississippi Delta Blues Bar (Augusto Pestana, 810)
:: Quanto: R$ 60 e R$ 50 (com Mojo Card), à venda no bar e pelo www.dticket.com.br
:: Informações: (54) 3028.6149