Em 2013, o que mais se falou sobre a produção francesa Azul é a Cor mais Quente tinha relação com as tórridas (e longas) cenas de sexo entre a bela dupla de protagonistas Adèle (Adèle Exarchopoulos) e Emma (Léa Seydoux). Mas o filme dirigido por Abdellatif Kechiche tem muito mais a oferecer. Ok, você pode até ficar com vergonha de vê-lo na tevê da sala, ao lado de sua mãe, mas as quase três horas do longa são ocupadas por uma história de amor intenso, relacionada diretamente com a descoberta da liberdade. O roteiro é competente neste sentido e conduz o espectador numa gangorra de sentimentos arrebatadores.
Um dos aspectos interessantes na história do filme é que a Palma de Ouro conquistada no Festival de Cannes de 2013 foi dividida entre o diretor e sua dupla de protagonistas. Os três formam um pilar indispensável numa produção construída com diálogos densos, muita improvisação e belas referências estéticas (o azul está por tudo).
Azul é a Cor Mais Quente é livremente baseado na história em quadrinhos Le bleu est une couleur chaude, de Julie Maroh. O título em português vem da tradução dessa obra. Em francês, o filme se chamou A Vida de Adèle - Capítulos 1 e 2, já que a história foca atenções na personagem Adèle e sua jornada de auto-conhecimento.