A história da família de Antonio Damin, pesquisada pelo historiador Éder Dall’Agnol dos Santos, volta a ser compartilhada neste espaço. Desta vez destacamos a trajetória de dona Carolina Damin, ou melhor, Irmã Florice, que na última quarta-feira celebrou 90 anos.
Conforme apurado por Éder, Carolina Hermínia Damin nasceu em Santa Lúcia de Faria Lemos (atual Santa Lúcia do Piaí), em 26 de agosto de 1930. Sexta filha de Antonio Damin e Stanislava Geras, a menina foi batizada pelo padre Jerônimo Bortolotto na recém-inaugurada Igreja Matriz de Santa Lúcia.
Vinda de uma família de agricultores, Carolina desde criança acompanhou os irmãos mais velhos na “lida” do campo. Crismada em 1943, a jovem iniciou seus estudos na Escola Santa Lúcia, administrada pelas Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Já entre 1945 e 1947, estudou nas Escola Irmãos Chaves, em Galópolis, e na Escola Dom Feliciano, no município de Gravataí.
Leia mais
Santa Lúcia do Piaí nos tempos da profe Ilde
Os 90 anos de dona Neli Communello Cavalli
Família de João Communello em Santa Lúcia do Piaí
Santa Lúcia do Piaí pelas lentes de Fiorentino Cavalli
Santa Lúcia do Piaí: um fotógrafo e um distrito eternizado
Vida religiosa
Aos 21 anos, em 1951, Carolina começou seu apostolado no Instituto São Benedito de Porto Alegre. Já o início do noviciado deu-se em 31 de julho de 1952, no Instituto das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, também na Capital. Conforme apurado pelo pesquisador Éder Dall’Agnol dos Santos, foi lá que, dois anos depois, em 31 de julho de 1954, Irmã Florice assumiu sua primeira profissão religiosa.
Uma nova etapa dessa vocação ocorreria no Rio de Janeiro, seis anos depois. Em 31 de julho de 1960, no Instituto João Alves Afonso, na capital carioca, aconteceu a cerimônia da Profissão Perpétua de Irmã Florice, então com 30 anos. Foi lá também que, um ano antes, em 22 de janeiro de 1959, sua irmã Elvira Angela Damin (Irmã Rosalbina) teve a Profissão Perpétua oficializada.
As duas irmãs foram grandes companheiras de vocação, atuando quase sempre juntas, apenas em funções diferentes. Irmã Rosalbina faleceu em 12 de maio de 2019, em Rio Claro (SP). Ela tinha 95 anos. Na foto abaixo, Florice e Rosalbina em meados dos anos 1960.
Já na imagem que abre a matéria, Rosalbina e Florice (sentadas à direita) com a família no dia do casamento do irmão Adelino com Anna Rodrigues da Silva, em 1946.
Da esquerda para direita, em pé, estão Guilhermina Novello (esposa de Primo Damin, com o filho Darci), Primo Damin, Ernesto Damin, Arlindo Damin, Adelino Damin e Anna Rodrigues da Silva. À frente, da esquerda para a direita, vemos Nezi Damin, a matriarca Stanislava Geras (com a filha Maria Damin), Fiorentino Damin, o patriarca Antonio Damin, Armelindo Damin, Carolina Damin (Irmã Florice) e Elvira Damin (Irmã Rosalbina).
Leia mais
Memórias de Santa Lúcia do Piaí em livro
Os 60 anos de uma capela-escola em Santa Lúcia do Piaí
Ponte Heitor Curra em Mato Perso em 1935
Os 25 anos de vocação em 1979
Em 1979, Irmã Florice celebrou seus 25 anos de vocação religiosa - permanecendo no Instituto João Alves Afonso até 1980. Os 50 anos foram comemorados na Comunidade das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, em 31 de agosto de 2014, também no Rio de Janeiro. Já os 60 ocorreram na Comunidade Casa Betânia, em São Paulo (SP).
Formada em Pedagogia em 1976, a religiosa esteve à frente de diversas obras sociais e pastorais, além de atuar como diretora da Escola Nossa Senhora do Carmo (RJ) entre 1980 e 2003. Irmã Florice passou ainda pelas comunidades Casa Betânia de Santa Maria (RS) e Casa de Belém (SP). Desde 26 de maio de 2019, ela reside na Comunidade Oásis de Rio Claro (SP), onde desenvolve vários serviços fraternos.
Visitas e fotos
Aos 90 anos, Irmã Florice mantém um espírito jovial e aventureiro. Gosta muito de viagens e, antes da pandemia, costumava visitar anualmente os irmãos Fiorentino e Maria Damin e os sobrinhos, em Santa Lúcia do Piaí.
Os sobrinhos, aliás, ainda lembram quando as tias freiras vinham visitar os pais, Antonio e Stanislava, nos anos 1960 e 1970. Era quando elas traziam presentes, livros e brinquedos nunca vistos antes para as crianças.
As visitas também eram marcadas pelos registros fotográficos. As irmãs possuíam uma câmera, o que tornava cada visita um grande evento. Os sobrinhos e os pais eram fotografados no seu dia a dia, em fotos amadoras, em uma época onde o registro fotográfico acontecia apenas em grandes eventos, como batismos, crismas e casamentos.
Parceria
Informações desta página são uma colaboração do historiador Éder Dall’Agnol dos Santos. Contatos: ederdallagnol89@gmail.com ou fone/whats (54) 98449.9186.
Leia mais
Os 125 anos da família Tonus no Brasil
Encontro internacional da família Bigolin em Pinto Bandeira
Imigração italiana: Isidoro Bigolin e o brinco de ouro
Encontro da família Peruchin em Vacaria
A história do lendário Studio Geremia
Encontro da família Segalla em São Braz
Família Tessari e as lembranças de São Romédio da Quinta Légua
Imigração portuguesa: Tanoaria São Martinho em 1948