Este dia 11 de junho é mais do que especial para a família Dalla Rosa. Marca o aniversário de 100 anos de seu Adelino Dalla Rosa, um dos jogadores de bocha mais longevos de Caxias do Sul, o atleta mais idoso a frequentar o Clube São José, o morador mais antigo do bairro Madureira, entre tantos outros “mais” que compõem sua longa e fértil caminhada.
Filho de Graciano Dalla Rosa e Beatriz Mezzomo Dalla Rosa, seu Adelino nasceu em 11 de junho de 1920, em São Valentin da 2º Légua, em Farroupilha. É o segundo de uma prole de 10 irmãos, completada por Natalina, Odila, Lurdes, Nair, Evaristo, Frederico, Cláudio, Ana e Lidovino.
Consciente das limitações do meio onde vivia, o jovem deixou o interior e chegou a Caxias aos 19 anos, em meados de 1939. Inicialmente trabalhando como aprendiz e quase sem remuneração, aos poucos Adelino foi expandindo o leque de atividades: atuou como marceneiro, comerciante, dono de mercado, diretor do Parque Hotel (na Avenida Rio Branco, ao lado da Igreja São Pelegrino), ecônomo do Recreio Guarany e empresário da construção civil.
Atuação comunitária
Além de ter ajudado a fundar o Sindicato do Comércio Varejista, na década de 1950, e trabalhado no Jóquei Clube Pérola das Colônias, nos anos 1960, seu Adelino teve atuação em várias instituições de caridade, como a Comai, a Fundação Caxias e o Centro Educativo Meninos de Brodósqui. Mas foi junto à Sociedade Caxiense de Auxílio aos Necessitados (Scan), que ajudou a fundar e a qual dedicou boa parte da vida, que o caráter humanitário de nosso personagem mais se destacou.
Adelino Dalla Rosa ingressou na Scan em 1963, juntamente com os senhores Vitório Cesa, Vitório Corsetti, Benício Ferreira, Edmundo Pezzi, Francisco Tomazi, Vitaliano Ferretti e Romualdo Miotti. Três anos depois, em 1966, já como presidente, mostrou vontade de reunir em um único local as organizações da cidade envolvidas no trabalho de assistência – e ofereceu as salas junto à Scan em um contrato de comodato. A partir daí, exerceu vários cargos junto à diretoria, de conselheiro a tesoureiro, sendo o trabalho da entidade reconhecido pela Secretaria do Trabalho e Ação Social de Porto Alegre como modelo no Rio Grande do Sul.
Toda essa dedicação foi reconhecida oficialmente em junho de 2012, quando seu Adelino recebeu o título de Cidadão Caxiense pela Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
Em família
Seu Adelino foi casado por 52 anos com dona Maria Lucila Klock Dalla Rosa. O matrimônio ocorreu em 23 de maio de 1944, nascendo dessa união cinco filhos: Nadia, Sergio Nara, Margô e Maurien, que lhe deram nove netos e seis bisnetos. Nas imagens desta coluna, alguns registros do álbum de família de seu Adelino, com destaque para um registro em frente ao Parque Hotel, em 1945; junto à mãe e aos irmãos, em meados dos anos 1960; e durante uma visita à Comunidade de São Valentin, onde nasceu, há exatos 100 anos.
O cotidiano
A vitalidade e disposição de seu Adelino impressionam, mas são fruto de hábitos simples. Tem uma vida social ativa, participa de várias atividades e goza de uma boa convivência entre familiares e amigos. Sempre plantou a própria comida na horta mantida em casa (radicci, alface, abobrinha, além de temperos e frutas) e pratica atividades físicas todas as manhãs. Também sempre acreditou no poder curativo das plantas e chás, além de praticar a cura através da energia da “imposição de mãos”, que aprendeu com um padre quando era jovem.
Sem esquecer, lógico, do jogo de bocha e da Sociedade São João Bosco, no bairro Madureira, que ajudou a fundar e da qual participou a partir de 1969. Mas essa é uma história que você confere em outra coluna.