A exposição Antunes & Ordovás – Da Cantina ao Centro de Cultura, em cartaz até o dia 3 de março, é oportunidade para se conhecer um pouco mais trajetória da lendária vinícola chegada a Caxias em 1910 – a fundação remete a 1865, em Porto Alegre. Entre os destaques da mostra está uma projeção, elaborada pelo historiador e servidor municipal Mário Alberto Tomazoni, com dezenas de imagens da fábrica, abordando os mais variados aspectos. Entre eles, a vindima nos famosos vinhedos da Quinta São Luiz.
Conforme informações do Arquivo Histórico Municipal, a Quinta São Luiz foi a denominação utilizada para o "estabelecimento agrícola" de Luiz Antunes & Cia, localizado na área adquirida pela empresa em 1923, na região do atual bairro Panazzolo. Naquele trecho, paralelo à fábrica de produtos suínos, a empresa passou a cultivar videiras.
O pioneirismo da Luiz Antunes & Cia. também deu- se pela introdução de nova variedade de uva, a Seibel número 2, direcionada à produção de vinhos, mas também comercializada pela vinícola. Em correspondência de 1 º de setembro de 1927, a Antunes informava:
"A vinha para vinho aconselhada pelo Dr. Gobbato é a Seibel número 2, única que já deu provas de resistente às geadas, moléstias, etc. de produção abundante, elevado grau alcoólico e, sobretudo, riquíssima em matéria corante. Nossa firma, há tempos aconselhada pelo Dr. Gobbato, iniciou uma pequena plantação de 3 a 4 mil mudas e, diante dos resultados obtidos, já possuímos um vinhedo de 30.000 mudas, somente de Seibel número 2, e estamos aumentando anualmente, sempre animados pelos ótimos resultados que vamos colhendo.”
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Cerca de 100 mil pés em 1933
Segundo Sandra Pesavento ( 1983, p. 59), "Em 1933, os vinhedos da firma contavam com 100.000 pés, que produziam na base de 400.000 quilos de uva. Para o trato do vinhedo, a firma operava com máquinas para prevenir a geada, o que permitia que dormissem de véspera, na cantina, os operários necessários ao serviço da madrugada: dado o alarme, estes, com bombas de fumaça, procuravam preservar o vinhedo."
Na década de 1940, a Antunes foi abandonando gradativamente a manutenção de parreirais em função dos custos. Contribuiu também para essa decisão o aumento populacional na região, pois muitas pessoas invadiam a área de cultivo para retirar uva, o que ocasionava estragos constantes nos parreirais. Os funcionários passaram, então, a ser aproveitados na produção de vinho. Já a área ocupada pelos vinhedos foi transformada, nas décadas de 1950 e 1960, no loteamento "Vila Imperial".
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Agende-se
:: O que: exposição Antunes & Ordovás: da Cantina ao Centro de Cultura
:: Quando: até 3 de março
:: Onde: Galeria de Arte do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique :: Ordovás Filho ( Rua Luiz Antunes, 312 - Caxias do Sul)
:: Quanto: entrada franca
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