Lançado às vésperas da Festa da Uva de 1958 — e com o propósito de bombar as vendas no período do evento —, o álbum ilustrado Caxias do Sul - A Metrópole do Vinho foi uma espécie de continuação do badalado Documentário Histórico do Município de Caxias do Sul (1875-1950), lançado por ocasião dos 75 anos de imigração italiana, em 1950.
De autoria do jornalista Duminiense Paranhos Antunes, o catálogo definia-se, conforme a apresentação, como o "Órgão Oficial da Festa da Uva e Feira Agro-Industrial de Caxias do Sul". Destacava, desde os títulos dos capítulos, uma cidade que merecia ser conhecida: Vista Geral da Cidade a Vôo de Pássaro, Caxias do Sul - Uma Cidade de Turismo, Edificações Modernas, Caxias do Sul Intelectual, A Mulher Caxiense, Um Dia de Neve em Caxias do Sul, Vultos do Passado, Os Pioneiros, A Alma da Terra e Sinfonia do Trabalho.
O grupo de colaboradores também era um um verdadeiro "timaço": Olmiro de Azevedo, Nestor Gollo, Joaquim Pedro Lisboa, Mario Gardelin, Ítalo Balen, Cyro de Lavra Pinto, Manoel Ramos de Castilhos e Bernardino Conte. Todos enaltecendo, em versos e resenhas, o início da cidade, o trabalho, a pujança econômica, as belezas naturais, a figura do agricultor e tudo o que fora construído até então.
Algo que o prefácio resumia bem:
As gerações se sucedem, os homens passam. Mas o tempo não destrói os seus atos e as suas obras. A história milenar nos comprova. E se estamos fazendo história, no registro dos feitos dos homens que fecundaram a terra virgem, que os recebeu a 80 anos passados, ela lembrará no futuro aqueles que deixaram seus nomes gravados nas obras que levantaram, assim como seus artífices do presente, no relevo do seu trabalho, deixarão o exemplo, se não para os nossos filhos, para os filhos de nossos filhos...
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Impressão
O álbum Caxias do Sul - A Metrópole do Vinho foi impresso nas Oficinas Gráficas da LIvraria Mendes e finalizado pelo Serviço de Encadernação do Abrigo de Menores São José. Já as fotos foram produzidas por casas como o Studio Geremia, o Atelier Calegari, o Studio Tomazoni Caxias, a Foto Mancuso e o Atelier Óptica Caxiense Ltda, onde atuava o fotógrafo Hildo Boff.
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O autor
Duminiense Paranhos Antunes era pai de Christiano Carpes Antunes, primeiro colunista social do Pioneiro.
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