Caxias do Sul possui nomes respeitado na aviação civil e militar. O precursor Hugo Cantergiani ingressou na aviação militar em 1928. Na reserva, dedicou-se à profissão de instrutor de voo, no Rio de Janeiro. Sua paixão pela atividade contribuiu para a formação de vários pilotos no Brasil.
Desde então, jovens caxienses inspiravam-se nele para seguir a promissora carreira da aviação. Os empresários Julio Sassi, Sady Cantergiani e Ary Zatti Oliva sensibilizaram-se com este propósito e fundaram o Aeroclube de Caxias do Sul, em 19 de fevereiro de 1941.
O caxiense Norberto Führich integra o seleto grupo de pilotos da aviação no Brasil que contribuiu na formação de novos pilotos, seguindo exemplo do saudoso Hugo Cantergiani. Führich desempenhou a função de instrutor no Aeroclube do RS, na década de 1980. Sua vasta experiência na pilotagem inclui aeronaves da Boeing, aviões cargueiros, avião agrícola e militar.
Apaixonado pela liberdade de voar, Führich gostava de pilotar planadores, equipamento destituído de motor e que precisa ser rebocado por um avião na decolagem.
Na imagem de 1980, percebe-se acima Führich num modelo KW1 II, conhecido como Quero-Quero, produzido no Paraná.
Sensação de voar como os pássaros
O planador permite voar de modo semelhante ao dos pássaros. Sem motor, combustível e equipamentos complexos, o piloto compensa a permanência no ar com sensibilidade de aproveitar as melhores correntes de ventos ascendentes.
Em algumas circunstâncias, os voos são balizados pelos urubus, que indicam as bolhas de ar quente. No entanto, a noção de meteorologia, o conhecimento em aeronáutica e o respeito com as variáveis climatológicas são fundamentais para o êxito dos voos com segurança.
Na imagem à esquerda, de setembro de 1980, Führich está junto ao rebocador Pipper PA18, de fabricação americana.
Planador voa sem propulsão de motor
Pilotar um avião requer conhecimento e muita sensibilidade. As aeronaves de uso militar e comercial usam motores e equipamentos para controle de voo, algo que exige complexa competência de operação.
No entanto, para os planadores, o piloto se depara com um equipamento sem motor. A térmica (movimento de ar quente) é o combustível do planador. Há apenas controles mínimos, como altímetro, velocímetro, variômetro e uma roda no planador.
Na imagem à direita, nota-se Norberto Führich no comando de um planador de instrução.