A literatura caxiense evidencia-se pela forte e permanente produção de obras de gêneros variados. Entre os personagens que engrandecem o mundo dos livros de Caxias do Sul, evidencia-se Nelly Veronese Mascia. Seu ingresso na vida literária foi acompanhado pela mãe, Antonieta Agostinelli Veronese. Entre os momentos históricos de mãe e filha, consta a participação da fundação da Academia Caxiense de Letras, em 1º de junho de 1962. De imediato, Nelly integrou o conselho consultivo. Seu comprometimento com a instituição a levou a presidir a ACL nos períodos de 1963 a 1971 e de 1977 a 1989.
Exercendo a profissão de professora, dedicou parte de se tempo em escrever as obras Os Fantoches (1977), Montanhas (1978), A Colheita (1980), O Viveiro da Esperança (1981), Salmos de Amor (1982), História de Um Imigrantes (1983), Aprenda Redação (1979), Sentido da Vida, A Grande Mestra (1984) e Retalhos do Cotidiano.
Além disso, a escritora tem participação no livro Vultos da Cultura e Arte de Caxias do Sul, referência documental que resgata a criação da Academia Caxiense de Letras.
Já no livro A Arte (1986), que reproduz o universo do escultor Pietro Stangherlin, escrito por Irma Zambelli, a escritora Nelly contextualiza a riqueza artística do italiano na criação da arte sacra no prefácio.
Nelly Veronese Mascia foi homenageada na Feira do Livro, edição de 1988, em reconhecimento pela sua intensa produção literária e pelo uso de linguagem elevada na poesia e nas pesquisas históricas.
O livro histórico sobre a Química
A sensibilidade de Nelly Veronese Mascia (in memoriam) estava sintonizada com os valores históricos. Neta de imigrante italiano, a escritora nasceu num ambiente que permitiu pesquisar e obter informações consistentes do desenvolvimento de Caxias do Sul.
O livro De Um Imigrante Nasce Um Químico, lançado em 1987, reproduz a saga da família Veronese, que soube enfrentar os desafios da imigração com o trabalho honesto e voltado para o bem da comunidade.
A centenária indústria química da família Veronese utiliza matéria-prima da uva e elabora produtos para o segmento da alimentação e bebidas.
O personagem Luiz Veronese
O autodidata Luiz Veronese (1886-1952) é reconhecido por sua afeição e habilidade com as experiências químicas, numa época em que o Brasil era dependente da Europa no processo industrial. Os estudos em bibliografias estrangeiras possibilitaram a convicção de investir num laboratório e fabricar o cremor e ácido de tártaro.
A fábrica fundada em 1911 certifica a capacidade do empreendedorismo caxiense, bem como exibe a diversidade na industrialização.