A trajetória de Luiz Carlos Corrêa na imprensa caxiense é marcada pela contundência na área esportiva, criminal e política. Nascido em Joaçaba, Santa Catarina, Corrêa mudou-se para Caxias do Sul com os pais, ainda na infância. A boa perspectiva econômica oferecida pela cidade fez que a família Corrêa permanecesse para sempre no novo lar.
Luiz Carlos, filho do barbeiro José e da costureira Lina, residiu no bairro Rio Branco e estudou nos colégios do Carmo e La Salle, reconhecidos como os melhores na comunidade. Conforme o filho Daniel Corrêa, seu pai viveu intensamente a função de jornalista. Com apenas 16 anos, aproveitou a oportunidade de ser repórter esportivo da Rádio Difusora e locutor de noticiários na Rádio Caxias.
Entre 1963 a 1969, o radialista mudou-se para Pelotas. Na Rádio Pelotense rodou os inéditos sucessos de Beatles e Roberto Carlos, musicais que marcaram época e uma nova geração cultural do rock e da Jovem Guarda. Concomitantemente, escrevia crônicas para o Diário Popular.
Entre as lembranças da década de 1960, destaca-se um anúncio da Rádio Difusora, veiculado no jornal Pioneiro, em abril de 1969. A equipe esportiva estava formada pelo narrador Gilberto Oliveira, Renato Monteiro (comentarista) e os repórteres Adelar Neves, Waldomiro Moraes e Corrêa (de bigode).
Naquela ocasião, o conteúdo do informativo trouxe a programação esportiva, entre as quais constava a transmissão da inauguração do estádio Gigante do Beira-Rio, em 6 de abril daquele ano.
Colunista contundente
Nos anos de 1990, Corrêa manteve o espírito polêmico. Por ocasião de um suplemento lançado pelo jornal Folha de Hoje, em 25 de maio de 1991, relatando o cotidiano do diário, Corrêa teve seu perfil profissional revelado. A matéria caracterizou o colunista com um estilo agressivo, que vivia debruçado sobre dicionários e códigos jurídicos. Acrescentou que fala pouco, e quando fala, restringe-se aos colegas íntimos. Para quem não conhece, Luiz Carlos Corrêa é um baixinho amigo dos amigos e cruel com os inimigos.
Naquela época, Corrêa pautava-se exaustivamente na crítica aos vereadores e na esquerda caxiense. Entre as polêmicas, cobrava as razões pela aquisição de uma caminhão de som pelo sindicato dos metalúrgicos. Na edição de 11 de setembro de 1993, comparou sindicalistas com patrões. Corrêa fez as contas de determinado sindicato, que recebeu contribuições de 8 mil empregados, da chamada contribuição federativa, e teria aplicado no sistema financeiro. "Fazem o quê com tanta grana?", protestava Corrêa!
Críticas severas
A linguagem esportiva influenciou a crítica contundente de Luiz Carlos Corrêa. Atuando no Jornal de Caxias, Corrêa esmiuçava o mundo político sem piedade.
Por ocasião da segunda visita de Lula a Caxias do Sul, dezembro de 1980, Corrêa ficou indignado com alguns políticos, partidos e sindicatos que não prestigiaram a palestra no Sindicato Reunidos.
Corrêa percebeu que somente os sindicatos dos bancários, gráficos e alimentação estiveram presentes:
"Por que os sindicatos dos metalúrgicos, têxtil e comerciários não foram apoiar Lula?", questionou o colunista.
Esta linha de raciocínio também não poupou o então prefeito Mansueto de Castro Serafini Filho. Quando o Tancredo Neves, esteve aqui, Mansueto marcou presença e chegou a discursar, escreveu Corrêa, em tom explosivo.
Na imagem abaixo, percebe-se Corrêa (C) no jornal Pioneiro, em meados da década de 1980, tendo ao seu lado os companheiros Ademir De Cesaro e Ibanor Sartor.