Por ocasião do 50º da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, em 1925, o livro Cinquatenario Della Colonizzacione Italiana nel Rio Grande Del Sud fez um balanço da evolução urbana de Caxias do Sul, mostrando os belos casarios, construídos sob a influência europeia, entre os quais destacava-se os projetos do arquiteto Luiz Valiera. Naquele ano, a cidade possuía uma população de 28 mil moradores, sendo que apenas 6.500 residiam na área central
Posteriormente, em 1950, o jornalista Duminiense Paranhos Antunes, em sua obra Documentário Histórico do Município de Caxias do Sul, deslumbrado com o desenvolvimento imobiliário, enalteceu a cidade como a Metrópole do Vinho. As grandes vinícolas da época sustentavam a designação emblemática.
Conforme Duminiense, o contexto demográfico de Caxias do Sul contava com 50 mil habitantes, sendo que cerca de 30 residia na área central. A matéria específica do crescimento urbano apresentou um comparativo fotográfico entre o passado e o presente. Cenários dos primórdios em contraste com o presente exemplificava a evolução urbana com sofisticados prédios, adornados por uma arquitetura que valorizava os traços clássicos nas janelas e telhados.
Em agosto de 1978, a reportagem do jornal Pioneiro aproveitou a altura dos 16 andares do Condomínio Auto João Muratore para descrever o panorama central da cidade. A narrativa fotográfica exibida nas edições dos dias 05 e 12 de agosto registrou 18 pontos do prédio conhecido como caixinha de fósforo, localizado na avenida Julio de Castilhos, defronte a praça Dante Alighieri.
Na imagem publicada na série inaugural, percebe-se a esquina das ruas Sinimbu com Dr. Montaury. O cenário é composto pela loja Magnabosco e os prédios Parque do Sol, ao fundo, e o edifício Guadalupe. Num olhar mais preciso, constata-se as casas em madeira da família Ramos e Clélia Manfro. Ao centro está o colégio São José,e, à direita, a antiga Casa Serafini, construída pelo italiano Felipe Viale.
Na década de 1980 foi construído o edifício Alex no terreno da família Ramos. Em 1995 o Hotel Reynolds abria sua portas no local da antiga casa de Clélia Manfro. E, em 1989, iniciava a construção do edifício Fontana Di Trevi, na esquina da Dr. Montaury com Sinimbu. Há 10 anos, esta paisagem também recebeu a instalação da torre do campanário da Catedral Diocesana.
Cenário de Caxias do Sul em 2017
As alterações urbanas surgiram em consequência de uma dinâmica industrial permanente ao longo do tempo. Hoje, Caxias do Sul é reconhecida pelo empreendedorismo. Empresas que atuam no mercado exportador, gerando empregos e oportunidades de investimentos seduzem pessoas de vários municípios brasileiros. Na educação, escolas administradas por religiosas oferecem um ensino conceitual.
A Universidade de Caxias do Sul, agregada na missão de interagir no desenvolvimento social, colabora na expansão cultural caxiense. Hospitais com médicos altamente qualificados permite a tranquilidade para os munícipes. Uma rede de restaurantes e hotelaria conceitual propicia uma recepção calorosa aos visitantes. Conjugados a estes elementos, o setor imobiliário projeta rotineiramente empreendimentos inovadores.
A imagem atual da Rua Dr. Montaury retrata uma cidade sintonizada com a evolução. Os modernos escritórios nos prédios Fontana Di Trevi, Reynolds Business Center e Edifício Alex avizinharam-se com a tradicional loja Magnabosco e o centenário Colégio São Jose, numa harmonia que permite preservar as referências históricas distintas.