Hoje se completam 28 anos do falecimento de um dos grandes nomes de Caxias do Sul. Hercílio Randon, filho mais velho de Abramo Randon, foi um dos fundadores do conglomerado de empresas Randon. Nascido em 11 de fevereiro de 1925, em Tangará, Santa Catarina, foi conhecido na maior parte de sua existência pelo apelido Nino, escolhido por sua mãe.
Desde criança demonstrou interesse e habilidades na área da mecânica. Um de seus brinquedos foi um alambique construído por ele mesmo, usando vidros de remédios vazios. Em 1940, quando voltou com a família de Tangará para Caxias do Sul, então com 14 anos, estimulado pelos pais, foi trabalhar, sem remuneração, na oficina de Raymundo Balzaretti, especialista na reforma e manutenção de motores a explosão.
O início foi árduo para Hercílio. Ia para o trabalho enfrentando frio e chuva, mas tinha a determinação de aprender uma profissão e desenvolver suas aptidões. Com esse gesto, Hercílio repetia, inconscientemente, o exemplo de fibra e decisão de seu pai quando moço, ao decidir-se pela profissão de ferreiro.
Ainda aprendiz se tornara conhecido por seu conhecimento em mecânica. Na época, segundo relatos da família, uma máquina da tecelagem Sehbe estragou e ninguém sabia consertá-la. Lembraram que na oficina de Balzaretti havia um garoto que entendia bastante de máquinas. Chamaram Hercílio, que conseguiu colocar a máquina em funcionamento. Como recompensa, ganhou um boné de lã xadrez. Essa foi, talvez, sua primeira remuneração.
Atuação no grupo Randon
Em 1948, Hercílio começou a trabalhar na oficina de Abramo, fazendo manutenção e reforma de motores. Em 1949, junto com o irmão Raul Randon, fundou a Mecânica Randon, que deu origem ao conglomerado de Empresas Randon. Por mais de 30 anos, foi um criador e um artista no setor de máquinas, mecânica e equipamentos para o transporte. Entre inúmeros outros projetos, desenvolveu e construiu uma prensa hidráulica de 600 toneladas, ainda hoje em uso na empresa.
Hercílio estudou muitas áreas do conhecimento humano, mas sua verdadeira paixão era a Física e a Matemática. Desde criança aplicou essas ciências em engenhosos brinquedos. Quando adulto, criava e desenvolvia máquinas, produtos, componentes e peças. Com isso conquistou o respeito dos técnicos e engenheiros que ingressavam na empresa. Sem título universitário e sem qualquer diploma, Hercílio foi o engenheiro-pai da Randon.
Família
No plano familiar, a paternidade foi a maior realização. Hercílio e seu filho, Adriano Randon, mantiveram um relacionamento de amor, respeito e amizade. Ainda hoje, ele continua sendo para seu filho o grande e único ídolo. Hercílio faleceu aos 64 anos, em 28 de abril de 1989.
A partir do dia 27 de março de 1998, o auditório da Randon passou a denominar-se Auditório Hercílio Randon, homenagem simples, mas perene, àquele que soube ser grande na simplicidade. Mais recentemente, recebeu a homenagem com a inauguração, em 2015, do Instituto Hercílio Randon de Tecnologia e Inovação, em Porto Alegre, um espaço específico para o desenvolvimento tecnológico.