Contando com a presença de diversas vinícolas, uma produção de uvas forte e a futura inauguração da Igreja Matriz, em 1966 o distrito florense de Otávio Rocha fez com que surgisse uma festa para celebrar a uva em plena colônia. Nascia então uma das primeiras celebrações do gênero na região, a Festa Colonial da Uva, apelidada de Fecouva, a qual caiu na graça da comunidade e hoje, aos 50 anos, é o principal evento local, integrando o calendário oficial de eventos de Flores da Cunha. A iniciativa de ter uma comemoração especial para as uvas foi do então pároco Pedro Piccoli. A ideia foi abraçada pela comunidade da conhecida "Marcolina".
– Ele reuniu a comunidade e todos ajudaram de muita boa vontade. Assumi como presidente e ninguém reclamou em ajudar. Foi um trabalho muito bonito e uma semente que hoje podemos ver que germinou forte – enaltece o agricultor Francisco Domingos Caldart, 90 anos, presidente da 1ª Festa Paroquial da Uva, como foi chamada em 1966.
À época, a festa ocorreu de 20 a 27 de fevereiro. As soberanas escolhidas para divulgar o distrito foram Terezinha Slaviero como rainha e Elisabeta Molon, Carmem Isabel Schio e Edenir Scopel como princesas. Além da exposição de uvas e produtos agrícolas, realizada no salão comunitário, banquetes típicos foram servidos na sede do Grêmio Esportivo Otávio Rocha, no Hotel Dona Adélia e na antiga Cantina Slaviero.
O grande destaque da programação foi a inauguração da moderna Igreja Matriz São Marcos de Otávio Rocha. Foram recebidos o governador do Estado Ildo Meneghetti, o bispo Dom Benedito Zorzi, autoridades e convidados.Com o passar dos anos e a diversificação nas propriedades rurais, em 2009 a Fecouva passou a celebrar mais que a uva, mas também o morango, incorporando em sua programação a 1ª Festa do Moranguinho – Otávio Rocha é um dos principais produtores da fruta do Estado.
Leia mais
Otávio Rocha: um museu dedicado ao vinho
Tempo de vindima: a trajetória de João Slaviero
Otávio Rocha e os primórdios do cooperativismo vinícola
Otávio Rocha celebra a história
Unindo Caxias e Flores
A 1ª Festa Paroquial da Uva ganhou repercussão e, no ano seguinte, em 1967, nascia em Flores da Cunha a Festa da Vindima. Embora o sucesso da primeira edição, foi somente 11 anos depois, em 1977, que Otávio Rocha retomou a sua celebração, passando a chamá-la de Festa Colonial da Uva (Fecouva). O evento teve o incentivo da Associação dos Amigos de Otávio Rocha – entidade que até hoje trabalha pela festa, à época presidida por Floriano Molon.
Nesta segunda edição, a Fecouva incluiu em sua programação o desfile de carros alegóricos, exposição agroindustrial e divulgação em todo o Estado. Desde então a Fecouva passou a fazer parte do coração dos moradores de Otávio Rocha e das comunidades que integram sua paróquia – a ideia inicial que contou com as seis localidades pertencentes à paróquia foi mantida, por isso até hoje trabalham pela festa também as comunidades de Santa Justina e São Luiz da 9ª Légua, apesar de territorialmente pertencerem ao município de Caxias do Sul, suas capelas pertencem à Paróquia São Marcos de Otávio Rocha.
A Fecouva ocorreu entre diferentes períodos e chegou a ser, por três edições, anual (1991, 1992 e 1993). Depois disso, foram estipulados quatro anos entre uma edição e outra, a exemplo da Festa Nacional da Vindima, porém em anos alternados.
A escolha
Em 2017, a edição dos 50 anos da Fecouva ocorre de 18 a 26 de fevereiro. Para divulgar os shows, a gastronomia, os vinhos, exposições e desfiles de carros alegóricos, a rainha e duas princesas serão eleitas neste sábado (7). Seis candidatas disputam ao título de soberana da festa presidida por Darci Dani. A escolha será no Grêmio Esportivo Otávio Rocha, a partir das 21h.
* Com a colaboração de Camila Baggio, do Jornal O Florense.