Há 20 anos era implantado o processo eleitoral com a tecnologia da urna eletrônica nas eleições municipais de Caxias do Sul. A novidade foi apresentada em 4 de julho de 1996, durante uma solenidade no Fórum, quando o vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Vicente Celeste Romani, enfatizou o aspecto histórico de ser a primeira eleição eletrônica do país.
Romani também esclarecia que a tecnologia iria permitir a contabilização dos votos em poucas horas. Com o auditório da sala de júri lotado (foto abaixo), o técnico Jorge Freitas explicou o método para operacionalização, destacando que o equipamento foi concebido para facilitar o acesso de eleitores analfabetos.
O encontro também mobilizou a classe política e servidores da justiça eleitoral. Na imagem acima vemos o juiz Lívio Susin, Kalil Sehbe Neto, presidente do Legislativo caxiense; Maria Olivier, juíza eleitoral da 16ª Zona Eleitoral, e Romani, durante o momento em que o prefeito Mário David Vanin digitou o número de um candidato fictício.
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A simulação
No dia 18 de agosto de 1996, com a presença do ministro Paulo Roberto da Costa Leite, ocorreu uma simulação. O objetivo foi oportunizar um contato da população com tecnologia, bem como certificar-se da facilidade da operação. O teste oficial registrou a contabilidade de 5.067 votos.
Os candidatos fictícios para prefeito, Elis Regina, 2.586 votos; Monteiro Lobato, 1.438 votos; e Grande Otelo, 1.043 votos, foram as opções apresentadas na tela da urna para o exercício educativo.
Para Caxias do Sul, o TSE destinou 645 urnas, uma para cada seção – que na época contabilizava 210 mil eleitores. No primeiro turno da eleição, em 2 de outubro de 1996, o sistema mostrou-se eficaz, embora tenha apresentado um atraso de 24 horas horas na computação dos votos devido a imprevistos técnicos.
Dois momentos
Maria Olivier, juíza da 16ª Zona Eleitoral, trabalhou no processo inaugural da urna eletrônica em 1996. No ano passado, a servidora também acompanhou uma nova evolução no paradigma eleitoral.
O agora voto biométrico exigiu que os eleitores renovassem o documento no cartório. A estrutura pública registrou as digitais de cada eleitor e disponibilizou a fotografia no local, garantindo o documento na hora.
Na imagem acima, Maria Olivier apresenta o novo sistema de voto biométrico e atualiza seu título.
Parceria
Informações desta coluna são uma colaboração do repórter fotográfico Roni Rigon.
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