Nas três temporadas em que defendeu o Juventude, Marcelo Carné mostrou ser um jogador diferente. Desde que chegou ao Alfredo Jaconi, quebrou preconceitos iniciais, derrubou as dúvidas e tornou-se um líder. Teve sempre voz ativa em momentos importantes do clube. E, em suas entrevistas, não se limitava a dizer o básico, mostrava repertório. Era como uma voz do torcedor dentro de campo.
E o mesmo repertório ele apresentou em campo. O goleiro, que foi questionado na chegada por ter trabalhado como Uber e que buscava um espaço no cenário nacional, virou um dos símbolos da reconstrução alviverde. Foi um casamento em que as duas partes ganharam. O Juventude encontrou um goleiro que rapidamente se identificou com o ideal do clube e a sua torcida. O jogador viu no Alfredo Jaconi a grande chance para a retomada da carreira. E deu muito certo. para ambos, que chegaram até a Série A com muitos méritos. Porém, como é natural na vida, alguns ciclos precisam terminar. E, neste caso, o sentimento das duas partes parece ser idêntico, o de gratidão.
Carné sai do Ju como um goleiro de primeira linha. Vai atuar no CSA em 2022, mas tem totais condições de voltar logo à Série A ou voar ainda mais alto.
E o torcedor do Juventude se despede de uma referência da posição em sua história recente, pelo o que ele fez dentro e fora de campo.