Uma das vozes mais potentes de Caxias do Sul, que nunca mediu esforços para amplificar as pautas, as dores, o orgulho e a visibilidade LGBT+, é a Cleo Araujo. Além de ser diretora da ONG Construindo a Igualdade, reconhecida entidade de utilidade pública durante o governo Adiló, ela faz parte da história política da cidade por ser a primeira vereadora trans de Caxias.
O registro fotográfico acima é de 14 de setembro de 2021, na solenidade de posse da Cleo, ocupando a vaga do vereador Lucas Caregnato (PT), que havia solicitado licença-paternidade. Em seu discurso, naquele dia histórico, ela reconheceu que conquistas como essa têm o poder de retirar o véu que invisibiliza pessoas trans e faz com que a sociedade reconheça a pluralidade como a via possível para sustentar identidades.
— Meu corpo trans, de origem indígena, marcado por lutas que a sociedade impôs, hoje representa o corpo e a vida das pessoas que se assemelham a mim. (...) É muito importante que nossa cidade veja que existimos, que somos reais, que somos capazes de lutar a favor de um mundo melhor e comum a todos. Minha presença anuncia a possibilidade de uma cidade que vive e celebra as diferenças e encontra na pluralidade uma expressão da democracia e de um projeto de sociedade — disse em sua posse.
Pois bem. A ONG que ela dirige é a responsável por mais um marco histórico. Neste domingo (29), no Dia da Visibilidade Trans, ocorre a primeira edição da Marcha do Orgulho Trans, em Caxias. A concentração está marcada para as 14h, na esquina das ruas Os Dezoito do Forte e Dr. Montaury.
Após, uma caminhada seguirá em direção ao bairro São Pelegrino, com encerramento em frente à casa noturna Level Cult, onde será realizado um aquece para o Bloco Arco-Íris 2023, a partir das 17h. No percurso, de aproximadamente 800 metros, o público acompanhará apresentações musicais da artista caxiense Amanda e da banda do Bloco da Ovelha. Os ingressos para a festa na Level custam R$ 20 e estão à venda no local.