Começa nesta terça-feira (17), no Parque de Eventos da Festa da Uva, em Caxias do Sul, a maior Mercopar de todas. A 32ª edição já tem o maior número de estandes da história, 610, e promete superar os R$ 500 milhões na geração de negócios. A expectativa é de André Vanoni de Godoy, diretor-superintendente do Sebrae/RS, promotora do evento com a Fiergs.
Segundo Godoy, os visitantes e as empresas irão encontrar neste ano o que há de mais moderno no mundo voltado para a indústria 4.0. O ESG, que ele prefere aportuguesar e chamar de ASG, será o tema da edição deste ano e estará presente nas tecnologias que estão sendo desenvolvidas não apenas no Brasil mas no mundo.
Nesta entrevista, o diretor do Sebrae dá mais detalhes sobre a feira. Confira:
A edição deste ano já é a maior de toda. A que o senhor atribui essa marca?
A Mercopar é hoje uma feira altamente especializada em inovação industrial e muito bem organizada tecnicamente, o que significa que conseguimos montar um mix de expositores para atrair um público visitante que seja muito focado em inovação industrial. Com esta grande movimentação que temos de eventos pelo país e pelo mundo, fica cada vez mais difícil atrairmos um público específico para eventos, vamos dizer assim, multissetoriais. Essa especialização da Mercopar em inovação industrial, que começamos em 2019, aliada a uma montagem de um mix de expositores e de atividades de conteúdo sobre inovação industrial realmente criaram para a Mercopar uma vantagem única, que é ser um centro onde as empresas e os seus empreendedores podem fazer negócios e conexões. Isso realmente é algo que poucas feiras do mundo conseguiram entregar. Além disso, temos uma evolução da Mercopar nos últimos quatro anos, ela demonstrou ser um fórum muito propício para a realização de negócios. Para tu teres ideia, em 2019 geramos em torno de R$ 65 milhões de negócios entre os participantes. No ano passado, chegamos a quase meio bilhão de reais. É um crescimento muito expressivo que representa, de fato, o entendimento que a comunidade empresarial industrial teve do propósito da Mercopar. É uma proposta de valor muito bem elaborada e muito bem compreendida pelo mercado que faz com que nós tenhamos o sucesso que a Mercopar vem tendo nos últimos anos.
Aumentou o número de startups nesta edição. São 98 espaços e no ano passado foram 80. O que revela esse crescimento?
Acontece como uma consequência do número muito grande de eventos de inovação que temos observado, não só no Rio Grande do Sul, mas no Brasil. As startups também sentiram a necessidade de procurar eventos focados. Então, se tu fores analisar, as startups que estarão na Mercopar são todas voltadas para soluções da indústria 4.0 e isso é um diferencial muito grande, porque cada vez mais as startups precisam ter foco nas soluções que as apresentam ao mercado. Também como uma consequência do enxugamento que houve, e aí a nível mundial, da liquidez de recursos disponíveis para investimento em startups. Quanto mais focada for a startup, maiores as chances de que consiga apresentar sua proposta de negócio para possíveis investidores ou indústrias que possam construir parcerias com elas. A Mercopar, por ser uma feira muito focada em inovação industrial, criou também uma atratividade muito grande para que as startups voltadas a soluções para a indústria tivessem interesse em participar da feira.
O tema desse ano é ESG, tema que está muito em voga. O que os visitantes vão encontrar relacionado a ESG na Mercopar?
A primeira são tecnologias que estão sendo desenvolvidas não só no Brasil mas no mundo para permitir processos industriais sustentáveis. Muitas empresas irão mostrar as tecnologias que estão sendo desenvolvidas no mundo para que os processos produtivos respeitem os princípios básicos de sustentabilidade, respeitando fundamentalmente nesse quesito a questão de gerenciamento de resíduos, de processos de fabricação circulares. Ou seja, onde haja controle desde o fornecedor, lá na ponta, de uma empresa pequena até a gestão dos resíduos a partir dos processos produtivos. O segundo aspecto são os conteúdos das palestras que serão feitas que têm muita vinculação com a temática ASG, como eu chamo, para tornar o termo mais brasileiro, de ambiental, social e de governança. São tecnologias que visam a criar processos sustentáveis e conteúdos também sobre o que está acontecendo no mundo e quais são as principais tendências nesse campo que as empresas estão evoluindo para poder se manterem, inclusive, competitivas, porque o mercado é cada vez mais exigente em relação à postura das empresas para a sua participação num mercado cada vez mais competitivo.
Em 2022, foram mais de 35 mil visitantes. Qual é a estimativa para esse ano?
Como temos um ambiente maior de feira, ou seja, temos mais espaço de exposição, a ideia é que possamos ter mais pessoas. Não é possível dizer exatamente quantas pessoas vamos ter, mas a nossa expectativa é de que o público seja maior do que o do ano passado.
E em relação à geração de negócios, qual a expectativa?
Também no mesmo sentido de geração de negócios maior. No ano passado, geramos quase meio bilhão de reais e nós estamos querendo também que esse ano o volume de negócios seja expressivo. A situação econômica está um pouco melhor do que estava no ano passado, as empresas conseguem hoje enxergar com um pouco mais de clareza qual é o cenário da indústria no Brasil e no mundo, então, a nossa expectativa é de que a gente passe de R$ 500 milhões de geração de negócios.
O que o senhor destaca como novidade da feira?
Uma das atrações da feira é a célula de indústria 4.0, em conjunto com o Senai, que incorpora uma série de tecnologias inovadoras. Temos as palestras com muitos técnicos e profissionais do Exterior que trazem as tendências mais atuais da inovação voltada para a indústria. Os empreendedores, os visitantes e as empresas que estiverem na feira certamente vão entrar em contato com o que há de mais moderno no mundo voltado para a indústria 4.0. Essa é a grande atratividade que a Mercopar traz além dessa temática da ESG, que também é uma questão de inovação, mas voltada para um segmento industrial mais sustentável e, portanto, com empresas que possam contribuir para um desenvolvimento mais atento a essas questões de meio ambiente, questões também voltadas ao social, e a governança desses próprios negócios.