“Imagine que não existe paraíso. É fácil se você tentar. [...] Imagine todas as pessoas vivendo o presente [...]”. Estes versos traduzidos da canção "Imagine", de John Lennon, que o caxiense Rafael Bergman Triches elege como a grandiosa obra musical de todos os tempos, é um registro do que vai na alma e no coração dele, materializado.
Engenheiro mecânico a administrador por formação, o filho de Celso Scalabrin Triches e Maria Paula Bergmann Triches, Rafael protagonizou uma virada de mesa no que tange seu trabalho. Guerreiro e fortalecido por sua mulher e musa inspiradora, a médica Agda Mezzomo, ele resolveu trocar os afazeres profissionais que realizou por 27 anos na empresa da família e expandir sua afinidade pela música.
- Transformar meu hobby em um negócio foi uma decisão assertiva. Quando realizamos com amor e dedicação, as chances de sucesso aumentam. A única obrigação que temos nessa vida é sermos felizes - conta Rafael ao dar uma dica aos que também desejam empreender em suas paixões.
É ele quem comanda ao lado de seu professor de guitarra e mestre, o músico Sasha Z – que em 2018, passou uma temporada estudando no lendário Musicians Institute em Los Angeles, na Califórnia - o Artstage Music Center, um endereço vibrante e criativo, nascido nos corações dos envolvidos diante do auge da pandemia e dos acordes sonoros. O projeto é um respiro de fôlego no que diz respeito ao fomento cultural na região e foi apresentado em clima de jam session, no dia 25 de setembro, e serviu, também, para arrecadar 150kg de alimentos para o Lar da Velhice São Francisco de Assis. para Fato que em um rápido período de tempo já contabiliza mais de uma centena de aspirantes as artes.
- Definiria o momento atual como o mais importante até agora em minha vida. Coragem e foco são capazes de transfazer trajetórias - celebra ele ao contemplar seu sonho devidamente compartilhado e concretizado.
A particular descoberta de Triches em aprender a tocar um instrumento musical resultou em uma composição notável em seus dias. Mas fica claro, em nossa conversa, que uma boa dose dessa inspiração vem da infância, uma vez que na companhia da avó Doralice Manfro Bergmann (in memoriam), na época, professora da então Escola de Belas Artes de Caxias do Sul. Ele passava muitas tardes ouvindo-a tocar piano.
Foi inevitável a paixão musical da avó conectar-se com a sensibilidade artística do neto. Há uma canção que pulsa em Rafael desde aquela época. Trata-se de “Alguien Canto”, por Matt Monro. Já na fase adulta, entre tantas descobertas, sua admiração não se restringiu apenas ao John Lennon, mas sim a todo o quarteto de Liverpool, The Beatles. Conhecedor de que a música sempre esteve correndo em suas veias, não como virtuoso, mas como apaixonado, ele tem como objetivo, transmitir para as pessoas um pouco do equilíbrio e da paz que o som proporciona por meio de seu Centro de Ensino, que oferta aulas particulares, musicalização infantil, prática em banda, grupos de estudo e auditório próprio.
- Sons e silêncio são complementares, afinal, ouvir atentamente é sinal de sabedoria - finaliza Rafael.
Três perguntas para Rafael:
- Em que ritmo observa o momento atual do mundo? Como uma grande orquestra desafinada.
- Qual canção mais reverbera dentro de ti? “Tocando em Frente”, por Almir Sater e Renato Teixeira; e “Imagine”, de John Lennon.
- Tocar um instrumento é um ato sagrado? Sim. Promove um equilíbrio espiritual, físico, mental e social.