No início da sessão da quinta-feira (20/6) da Câmara de Caxias do Sul, os vereadores Elisandro Fiuza (Republicanos) e Felipe Gremelmaier (MDB) deixaram-se fotografar em uma conversa, cevada a bom chimarrão (foto acima). Não parou aí: Fiuza publicou a foto em rede social, com a legenda “Iniciando os trabalhos com o amigo Felipe Gremelmaier”. Fiuza é o presidente local do Republicanos, partido que vinha despontando com o nome preferencial a vice na chapa do prefeito Adiló à reeleição, do ex-secretário João Uez. Felipe é nome do MDB para a eleição à prefeitura. A coluna perguntou a ambos sobre o assunto da conversa:
– Uma ótima conversa de trabalho, e dividimos um chimarrão. Parceiro da Câmara de Vereadores – disse Fiuza.
– Nada de especial. Uma conversa sobre tudo, na verdade. E um bom chimarrão – relatou Felipe.
Pode ter sido uma conversa para embaralhar o cenário. Mas é de conhecimento elementar no ambiente político que a simples publicação da foto sinaliza para uma eventual possibilidade de aproximação. A publicação, aliás, tem este objetivo. Não há dúvida de que a foto causará alvoroço e repercutirá no cenário eleitoral. O nome de João Uez pode estar sendo rifado a vice pelo PSDB na definição do nome do companheiro de chapa de Adiló, conduzido pelo presidente tucano em Caxias, Neri, o Carteiro. A inclinação de Neri que transparece nos bastidores é para ter Edson Néspolo, do União Brasil, na vaga de vice. Se for mesmo deixado de lado, Uez é um nome a vice à disposição no tabuleiro da eleição, e o MDB está aí. A coluna voltou a perguntar a Fiuza, desta vez sobre se haveria alguma chance de composição com o MDB:
– Nesse momento, não temos orientação nenhuma da nossa (direção) estadual. Seguimos no projeto construído até o início das convenções – disse ele.
“Projeto construído” significa Uez como opção a vice de Adiló.
Mas o MDB está aí. Possibilidade existe.
Jogada de alto risco de Adiló
Politicamente, o nome a vice ao lado do prefeito Adiló pende para o ex-candidato a prefeito Edson Néspolo e o União Brasil. Adiló e Néspolo foram adversários na última eleição e disputaram a indicação ao segundo turno, para enfrentar Pepe Vargas (PT). Adiló levou vantagem. Agora, podem estar juntos, é a forte tendência.
Será uma jogada de alto risco de Adiló, pois abrirá mão de uma alternativa para vice que se impôs politicamente e com naturalidade ao longo do governo (João Uez) em nome de uma parceria que tem densidade política e tempo em rádio e tevê (Néspolo).