Que se cortam árvores demais em Caxias, historicamente, não é novidade, e não é nada bom para a cidade. Nesse sentido, surpreendeu a súbita devoção do prefeito Adiló Didomenico pelas árvores, manifestada no Fala, Caxias! realizado no bairro Rio Branco, quinta-feira passada (26/10), ao falar sobre demanda pelo conserto de vazamentos da rede pluvial na região do 3º GAAAe:
– Por que nós não podemos cortar as raízes? A árvore pode cair na rua, pode causar um acidente. Elas estão inclinadas para a rua. E por que a gente não suprime as árvores? Nós, hoje, tomamos uma decisão. A gente só vai tirar a árvore se for de extrema necessidade, se não tiver outro jeito. Ou nós aprendemos a respeitar a natureza, ou não adianta se queixar do desastre que está acontecendo. Olha o que está acontecendo no norte do país e olha o que está acontecendo conosco, aqui. Nós temos que respeitar a natureza para que ela se acalme. Então, eu peço paciência ao pessoal da [Avenida] Rio Branco ali. Deem uma chance para as árvores, porque nós cortamos árvores demais em Caxias e a gente planta as pequenas, demora a vir, o pessoal quebra. A supressão dos espécimes, até segunda ordem, está descartada – definiu o prefeito.
"Temos que deixar as árvores viver"
Adiló voltou a defender as árvores logo depois:
– Eu volto a insistir que não se corte a árvore fora, porque parece que a árvore é o vilão. Que o problema são as árvores. Nós temos que deixar as árvores viver. E ali (no bairro Rio Branco), hoje, se eu cortar fora a árvore, eu não vou resolver o problema. É difícil colocar na cabeça das pessoas, as árvores não são nossas inimigas. O erro ali é cano velho, cano podre – acrescentou.
A importante manifestação pública do prefeito, de forma contundente, sobre só se suprimir árvore em caso de “extrema necessidade” é um balizamento claro para a Secretaria do Meio Ambiente (Semma).