A diretora-presidente da Codeca, Maria de Lourdes Fagherazzi, introduziu a reunião pública organizada pela Frente Parlamentar para Acompanhamento da Codeca, nesta quinta-feira (10/5), na Câmara, com esclarecimentos sobre a revisão com reposição salarial de 42,7% para diretores da companhia, a partir de janeiro. O salário da diretora-presidente passou de R$ 14.821,65 para R$ 21.147,42. Já o dos diretores administrativo-financeiro e de operações, foram revisados de R$ 13.339,49 para R$ 19.032,68. Confira a seguir trechos dos esclarecimentos oferecidos por Maria de Lourdes. Ela também registrou comparativos entre salários e benefícios na iniciativa privada.
"Em fevereiro do ano passado, fui convidada para uma conversa com o prefeito Adiló, que estava tendo junto com o governo dificuldades de fazer a gestão da Codeca. Onde ele então me convidou, fez a proposta para que eu assumisse a gestão, com o firme propósito de recuperar essa empresa. E a primeira pergunta que eu fiz a ele é: "Prefeito, essa empresa é viável? Porque, se for para ir fechar a empresa, eu não vou." É viável, muito bem. Apresentadas as condições, ele me apresentou o salário. E aí eu disse: "não, prefeito, por esse salário não tem como." Porque o tamanho da responsabilidade de ser diretora de uma empresa pública é algo que a grande maioria dos cidadãos não conhece. Inicia pelas premissas de quem pode ocupar esse cargo, isso está legislado pela Lei 13.303. Lá, é exigido 10 anos de experiência em funções de diretoria, de empresas de grande porte, formação acadêmica superior compatível, dentre outras. E aí o salário certamente (é) incompatível. Além disso, não é uma empresa qualquer de mil funcionários, na época, agora quase mil e quinhentos. Era uma empresa que estava com sérias dificuldades de todas as ordens. Então, eu não aceitei o convite por aquele salário, mas aí o prefeito disse: "esse salário, lá em 2014, 2015, foi congelado. É preciso que seja atualizado, é preciso e é justo." Então, qual foi o acordo que nós fizemos: eu aceitei vir porque haveria a atualização do salário. Então, eu dei um prazo de carência, digamos assim. E a promessa foi: quando a empresa começar a demonstrar resultados, vamos rever o salário. Muito bem, eu cumpri com a minha parte no acordo. E a parte do prefeito Adiló, ele também cumpriu. Se o salário que estava congelado lá em 2014, 2015, tivesse sofrido o mesmo reajuste que foi dado aos servidores do município, ele deveria ser em dezembro, R$ 23.569. O salário foi aprovado em R$ 21.147. Então, senhores, este salário sequer repõe a inflação deste período. (...) Caros funcionários, os seus líderes, os seus gerentes, os seus supervisores, não receberam 42% de aumento. Eles receberam o aumento que vocês também receberam à época em que foi colocado o reajuste do sindicato. Penso que dessa forma se esclarece."