Foi acirradíssimo o debate na sessão desta quinta-feira da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul em torno do pedido de informações à Associação Amigos da Maesa (AMaesa) para prestação de contas da Feira Maesa Cultural. Tornou-se o assunto dominante da reunião. Leve-se em conta que Câmara de Vereadores e Executivo estão representados na associação.
A polêmica foi inflada, com muito barulho, e o assunto poderia ter sido encaminhado com serenidade e síntese, sem necessidade de enfrentamentos que tornam, a cada dia, mais improvável um entendimento imprescindível entre visões distintas para a gestão da Maesa, para que se evitem impasses prejudiciais à comunidade. Aliás, esse é o pano de fundo para essa polêmica, a defesa de propostas diferentes para a gestão e ocupação do complexo pelos nove vereadores que assinaram o requerimento, encabeçados por Rafael Bueno (PDT), e as entidades comunitárias UAB (União das Associações de Bairros) e AMaesa. Esse grupo de vereadores defende a proposta de parceria público-privada da prefeitura, e as entidades, uma fundação pública de direito privado.
O pedido por prestação de contas e transparência é bem-vindo, e o Legislativo exerce sua prerrogativa. Sem ressalvas. O requerimento à AMaesa é tratado no âmbito do interesse por todas as feiras comunitárias realizadas no município. O assunto é pertinente. Precisam funcionar com transparência. É melhor para as feiras. Mas poderia ter abordagem resumida, pois é senso comum de que o assunto se resume ao atendimento de alguns requisitos para o funcionamento adequado das feiras: prestação de contas e regulamentação. Tão somente isso. É ponto pacífico. No entanto, partiu-se para o enfrentamento franco e com insinuações.
– Eu não sei esse dinheiro para onde vai, para onde vem, qual a finalidade desse dinheiro – disse Bueno.
A AMaesa disse que vai responder às informações solicitadas. Tão contundentes foram as manifestações que foi preciso o vereador Lucas Diel (PDT) interferir para deixar claro que os nove vereadores não são contra as feiras comunitárias e o benefício que trazem a artesãos, pequenos empreendedores e à população, como opção de lazer e ponto de encontro.
Feiras são um achado
As feiras comunitárias, como a Maesa Cultural, a Grande Feira do Parque, no bairro Jardim América, são um achado para artesãos, feirantes, pequenos empreendedores, para os moradores, que ganham pontos de encontro e aproveitam a cidade. Precisam ser estimuladas e bem organizadas.
O vereador Felipe Gremelmaier (MDB) citou o Brique da Redenção. As feiras são pequenos embriões de briques. Claro, com regras e prestação de contas, como deve ser. Aliás, a Grande Feira do Parque retornou em 12 de março, com a criação de uma associação.