Antes de sua declaração desastrosa sobre os trabalhadores baianos, nesta terça-feira (28/2), o vereador Sandro Fantinel (agora sem partido) colecionou declarações polêmicas em seus dois anos de mandato (quadro abaixo). Havia profetizado antes de assumir que “as coisas vão pegar fogo”.
Porém, a naturalização dessas falas, sem a devida responsabilização, vai criando um ambiente em que elas vão se sucedendo, e não pode ser assim, pois são graves, homofóbicas, discriminatórias.
Que fique a lição para a Câmara.
O que Fantinel já disse
Manifestações homofóbicas contra o governador Eduardo Leite
* “Com todo o respeito, nobre governador do Estado, o senhor disse que tinha que tirar a bunda da cadeira que as coisas se resolviam. O senhor tirou a bunda da cadeira. Deve ter botado em outro lugar, mas não em função do serviço.” (Em 29 de julho de 2021)
* Em comentário em uma publicação do portal Serra em Pauta, sobre o fato de o governador não ter sido convidado para agenda do presidente Jair Bolsonaro na Serra (em julho de 2021), Fantinel escreveu: “Só falta convidar o gay.” (Em 2021)
“Profecia” antes da posse
“Eu sei que vou ser o mais polêmico, pois a festa só começou, as guerras mais feias vão vir mais à frente. Vou bater em coisas que ninguém nunca bateu e as coisas vão pegar fogo. Tenho soluções que vão ajudar a maior parte da população, mas vai ter uma parte que vai pirar.” (Em janeiro de 2021, às vésperas de assumir o atual mandato de vereador)
"Coação" de vereadores ao prefeito
Em protesto contra o passaporte sanitário e a obrigatoriedade da vacinação, realizado em frente à prefeitura, o vereador Sandro Fantinel sugeriu que havia coação do prefeito por parte de 16 vereadores por terem assinado sugestão pela adoção do passaporte. A manifestação gerou um pedido de abertura de processo disciplinar na Comissão de Ética da Câmara. O processo foi arquivado.
“Vereadores da Casa Legislativa, não vou dar nomes, mas guiados por um, levaram uma indicação ao prefeito. E foram 16, não foram 3. Dezesseis vereadores chegar ao prefeito e dizer ‘nós queremos que o senhor implante isso aqui (passaporte sanitário para acesso a estabelecimentos durante a pandemia)’ é uma forma de coagir, pois o prefeito precisa dos vereadores para aprovar as leis que ele precisa para a nossa cidade.”
(Em 18 de setembro de 2021)
Deboche a Ulysses Guimarães e crítica à Constituição de 1988
“O funcionário público não tem culpa, ele simplesmente está encaixado no sistema, um sistema que foi criado por corruptos, cujo um deles nem a graça de ser enterrado teve, porque se perdeu no mar, e o tubarão que dele se alimentou deve ter morrido.” (Em agosto de 2021)