A propósito das notas do Ministério da Defesa e das Forças Armadas sobre a fiscalização do processo eleitoral e manifestações nos quartéis, o deputado federal bolsonarista Marco Feliciano (PL-SP) fez um apelo ao Ministério da Defesa em rede social:
— Se não houve fraude, digam de maneira clara e acabem com a agonia do povo. Se houve fraude, tomem uma providência. E se não sabem e tem dúvidas ainda, expliquem ao povo o que pode ser feito. Não fiquem em cima do muro. Não despertem falsas esperanças.
Como a coluna publicou na edição do fim de semana, está se evidenciando um momento crucial para o rumo das manifestações contra os resultados das urnas.
Marcon foi duas vezes
O vereador Mauricio Marcon (Podemos) foi cobrado pelo colega Wagner Petrini (PSB), na sessão de terça (8/11), pela não participação nos atos contra o resultado das urnas na frente do 3º GAAAe. Petrini cobrou coerência do vereador bolsonarista. Marcon chegou a afirmar que não participaria dos atos, devido à palavra de ordem que pedia "intervenção militar". Mas disse que, depois disso, foi duas vezes porque a palavra de ordem havia mudado:
— O movimento mudou de intervenção militar para defender maior transparência das urnas.
Mudança quase imperceptível. O bordão SOS Forças Armadas ainda está presente. O que, na prática, significa intervenção militar.
Quase duas semanas
Aliás, as manifestações em frente ao quartel do Exército em Caxias chegaram neste domingo (13) ao 12º dia consecutivo. A mobilização começou no dia 2 de novembro. Nem a chuva fraca desta tarde afastou pessoas contrárias ao resultado das eleições presidenciais. No sábado, a mobilização envolveu a participação de tratores e carros em uma carreata pelas principais ruas de Caxias do Sul, que culminou numa passagem em frente à sede do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe), onde estão concentrados os militantes pró-Bolsonaro. Aliás, o acesso ao quartel reúne barracas e até mesmo banca para distribuição de alimentos entre os manifestantes.