A coluna separou os vereadores caxienses em três grupos: os que, desde o primeiro turno, definiram apoio a Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integrado por 11 vereadores; o composto por três vereadores até agora – Maurício Scalco (Novo), Ricardo Daneluz (PDT) e Gladis Frizzo (MDB) –, que votaram em outros candidatos no primeiro turno e já abriram voto no segundo turno; e o terceiro, composto por 9 parlamentares, que votaram em outros candidatos que não Bolsonaro ou Lula no primeiro turno e que preferem não abrir o voto no segundo. Confira a composição desses três grupos de vereadores no quadro abaixo.
Esse terceiro grupo tem suas nuances, a serem decifradas. Alguns fatores incidem simultaneamente para gerar esse não posicionamento por parte de 9 parlamentares. São vereadores que não querem ficar mal com eleitores de um lado ou de outro. Por isso, não abrem o voto. É o chamado “voto envergonhado”, aquele que será digitado na urna eletrônica, mas não é aberto de jeito de nenhum, por temor do julgamento público. Não é só isso, no entanto. Há quem possa estar em dúvida real sobre o rumo a tomar ou que não tenha o entendimento claro do que significam politicamente um e outro candidato. Pois se houvesse o entendimento, além de abrir o voto, uma participação ativa em apoio a um ou a outro seria consequência natural. Assim, os vereadores que não abrem seus votos pensam antes em proteger-se. "Voto envergonhado" é como está sendo designado, no debate eleitoral, esse tipo de voto. Poderia ser chamado também de "voto protegido".
Ocorre que a vida pública implica assumir posição. Faz parte. E se haverá desgaste para um lado ou outro sempre que se assume uma posição, também se estabelece uma saudável e desejável relação de transparência com os eleitores e a comunidade.
Para se ter uma noção de como é embaraçoso o tema para o grupo de vereadores, a coluna formulou a consulta aos 10 que não haviam aberto o voto até esta segunda-feira (10/10) sobre o posicionamento a adotar no segundo turno: apoio a Lula, apoio a Bolsonaro, ou não vai abrir o voto. Apenas seis dos 10 se manifestaram: Felipe Gremelmaier (MDB), Rafael Bueno (PDT), Marisol Santos (PSDB), Tatiane Frizzo (PSDB), Zé Dambrós (PSB) e Gladis Frizzo (MDB). Os cinco primeiros reiteraram que não abrirão seus votos. Gladis foi a última desse grupo a se manifestar – nesta terça-feira – e a única que declarou em quem irá votar no segundo turno: em Jair Bolsonaro. Os quatro restantes (Clovis Xuxa, do PTB; Juliano Valim, do PSD; Wagner Petrini; e Gilfredo De Camillis, ambos do PSB) não retornaram à consulta feita.
Os 3 grupos de vereadores
Grupo 1: vereadores que, desde o primeiro turno, apoiam Jair Bolsonaro ou Luiz Inácio Lula da Silva – Lucas Caregnato (PT), Estela Balardin (PT), Denise Pessôa (PT) e Renato Oliveira (PCdoB), apoiam Lula; Mauricio Marcon (Podemos), Adriano Bressan (PTB), Elisandro Fiuza (Republicanos), Sandro Fantinel (Patriota), Velocino Uez (PTB), Olmir Cadore (PSDB) e Alexandre Bortoluz (PP), apoiam Bolsonaro.
Grupo 2: vereadores que apoiaram outros candidatos, mas que já abriram voto para o segundo turno – Maurício Scalco (Novo) Ricardo Daneluz (PDT) e Gladis Frizzo (MDB). Os três apoiam Bolsonaro.
Grupo 3: vereadores que, até agora, não abriram ou não irão abrir voto para o segundo turno – Felipe Gremelmaier (MDB), Tatiane Frizzo (PSDB), Marisol Santos (PSDB), Juliano Valim (PSD), Clóvis Xuxa (PTB), Rafael Bueno (PDT), Zé Dambrós (PSB), Wagner Petrini (PSB) e Gilfredo De Camillis (PSB).
O que foi dito
“Não pretendo abrir o voto. Fiz isso em outros momentos por convicção na escolha, o que não é o caso desta vez. Meu voto aberto neste segundo turno é ao governador Eduardo Leite.” Marisol Santos (PSDB)