A grande pergunta e curiosidade que paira no ar, a ser resolvida neste domingo, é se haverá ou não segundo turno para presidente. O candidato Jair Bolsonaro (PL) segue afirmando que vencerá em primeiro turno. As sondagens eleitorais apontam na tendência contrária, no limite do necessário para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer em primeiro turno, apontando para ele em torno de 50% dos votos válidos.
Em torno das pesquisas, porém, há espaço para a incerteza, a chamada margem de erro. O cenário atual é não mais do que uma tendência, a se confirmar ou não.
O indicativo que sai do debate de quinta-feira (29/9) entre os presidenciáveis é que Simone Tebet (MDB) pode crescer um pouco por seu desempenho. Seriam votos que podem faltar para uma decisão no domingo. Outra variável são os indecisos, sobre os quais pode incidir o efeito do debate, e bate-bocas e enfrentamentos costumam não ser bem recebidos.
Há de se verificar também a tendência. O Datafolha mostra que praticamente não houve continuidade de crescimento para Lula entre a pesquisa de quinta-feira e a pesquisa anterior (22/9). O índice de 50% dos válidos se repetiu, ainda que o petista tenha crescido um ponto percentual entre os votos totais, dentro da margem de erro. São indícios que sugerem que não há nenhuma certeza sobre a definição da eleição neste domingo. É a incógnita.
O efeito Padre Kelmon
Por outro lado, a participação do candidato Padre Kelmon (PTB) no debate da Globo foi tão caricata de suas pretensões, e ficou tão evidente a parceria com o presidente Jair Bolsonaro, que pode produzir efeito contrário, a reação de alguma parcela do eleitor diante da intenção explícita. O enfrentamento feroz que Bolsonaro fez a Lula no início do debate – gerando direitos de resposta de parte a parte – é performance para os convertidos, e também não pegam bem com indecisos.
Eventual segundo turno, se for esse o desfecho, ficará na conta de Tebet e dos indecisos.