A reunião agendada para a manhã desta segunda-feira, entre Sindiserv e Executivo, não entusiasmou o sindicato. A avaliação é de que resultou em poucos avanços para a categoria sobre os itens que compõem a campanha salarial 2022. Dentre as reivindicações estão a reposição de perdas salariais, o pagamento da trimestralidade e a nomeação de mais servidores para a saúde e educação.
O secretário de Gestão e Finanças, Gilmar Santa Catharina, foi direto. Disse que o Executivo não tem recursos para atender as demandas do sindicato. A situação das finanças foi explanada aos representantes do Sindiserv.
Os representantes do Sindiserv foram recebidos pelo prefeito Adiló Didomenico, acompanhado de seis secretários municipais, o chefe de gabinete e a presidência da FAS.
– O saldo do valor empenhado é insuficiente. Perdemos desde 2013 uma média de 34% de retorno de ICMS, cerca de R$ 150 milhões anuais. Além de outras questões que nos deixam sem caixa para conceder reajuste aos servidores – disse Santa Catharina.
Por solicitação do sindicato, o Executivo fará nova reunião, em agosto.
Avaliação das perdas em até 20 dias
Por insistência do Sindiserv sobre o repasse das perdas inflacionárias, a administração disse que avaliará essa possibilidade em um prazo de 20 dias, mas sem oferecer garantias. Nesse tempo, a prefeitura pretende verificar alternativas para ampliação da arrecadação e tentar realizar o repasse. Nos cálculos da presidente do Sindiserv, Silvana Piroli, a reposição das perdas da inflação já ultrapassa 7% em 2022, mais 3,14% que o sindicato considera não repassados em 2021 devido ao IPCA utilizado pela prefeitura para repor em janeiro a inflação de 2021, e não uma cesta de índices, como quer o Sindiserv.
– Extrapola 10% de perdas salariais – disse Silvana.
"Preocupante demais", diz Adiló
O prefeito Adiló, como já fez outras vezes, voltou a destacar que a perspectiva das finanças do município é "preocupante" em função da queda de arrecadação e de repasses da União.
– Concordo com todas as reivindicações. Não estamos escondendo nada, não tem segredo algum, não temos mais dinheiro. A situação é preocupante demais. Se tem alguém que não quer que o funcionalismo fique descontente com o governo, este alguém sou eu – argumentou.