As definições do novo Código Eleitoral esbarraram no prazo para vigorar na eleição do próximo ano. O que já é certo é que, dentro de 365 dias, em 2 de outubro de 2022, depois de muita polêmica e de muita tentativa do presidente Jair Bolsonaro em instituir o famoso “voto impresso e auditável”, os eleitores brasileiros têm encontro marcado com a urna eletrônica. Essa mesma da qual até hoje não se tem notícia de alguma fraude. Hoje, essa é uma confirmação para a eleição geral de 2022. Falar em certeza, nunca se sabe no mundo da política, embora o caminho natural desemboque na urna eletrônica. Há outras características importantes dessa eleição geral, uma eleição ampliada pelo volume de cargos em disputa.
A eleição para presidente, como é inescapável, dependerá da economia. O bolso sempre é fator eleitoral relevante. No momento, temos uma inflação, um IPCA que beira os 10%, botijão de gás acima dos R$ 100, gasolina e diesel subindo, preços dos alimentos elevados. Reorganizar os preços é tarefa para o atual governo federal, embora, no caso dos combustíveis, escape um pouco ao controle, pois há componentes ligados ao mercado internacional. Preço alto significa mais dificuldade para a intenção do presidente Bolsonaro se reeleger. E há outro fator ligado ao bolso da população, o fator auxílio-emergencial, ou bolsa-família, ou que outro nome se dê. Pode exercer efeito eleitoral importante. Quanto a uma polarização de opções, hoje isso é uma tendência, mas esse cenário ainda não está decretado.
No âmbito estadual, a previsão é de uma eleição bonita. Não será uma eleição polarizada e sem graça. Despontam muitas opções de candidaturas, de diversos partidos. E não haverá o nome do atual governador, Eduardo Leite (PSDB), como opção à reeleição. Por ora, são muitos caminhos, sem que um deles desponte ou se sobressaia no momento. Cenário completamente aberto no RS.
Há um desafio para Caxias do Sul e região: como viabilizar representação política na Câmara dos Deputados. Os estragos de não haver representação ficaram evidentes ao longo da atual legislatura. Mas há indícios de que os partidos ainda não trabalham com uma estratégia eleitoral para evitar que se repita a não eleição de representantes de Caxias e da Serra. Em geral, os candidatos surgem sem levar em conta que a concorrência demasiada reduz as chances de todos. Esse cenário tem chance de se repetir.