Foi equilibrada a votação. Mas, ao final, a Câmara de Vereadores acolheu na sessão de ontem o parecer pela inconstitucionalidade do projeto do vereador Chico Guerra (PRB) que buscava barrar as discussões sobre identidade de gênero nas escolas municipais de Caxias do Sul. O parecer foi aprovado por 12 votos a 8. Chama atenção o placar (confira os votos no quadro abaixo). O projeto será arquivado.
O texto propunha que "todos os materiais didáticos" deveriam "ser analisados antes da distribuição às escolas" para não "fazer menção ou influenciar o aluno sobre ideologia ou identidade de gênero". Ainda dizia que, no caso de materiais recebidos como doação com destaque ao tema, estes deveriam "ser substituídos por materiais sem referência à mesma (identidade de gênero)".
Impressiona a polêmica em torno do assunto. Ele é tratado como se as escolas pretendessem incutir na cabeça de crianças escolhas de gênero. Está longe disso. A escola é parceira da família para transmitir ensinamentos de respeito e bom convívio com as diferenças.
COMO VOTARAM
Votaram contra o parecer, isto é, pela tramitação do projeto de Chico Guerra (8 votos):
Adiló Didomenico (PTB), Arlindo Bandeira (PP), Kiko Girardi (PSD), Edson da Rosa (MDB), Chico Guerra (PRB), Neri, o Carteiro (Solidariedade), Renato Nunes (PR) e Ricardo Daneluz (PDT)
Votaram a favor do parecer, isto é, pelo arquivamento do projeto de Chico Guerra (12 votos):
Alceu Thomé (PTB), Denise Pessôa (PT), Edi Carlos (PSB), Felipe Gremelmaier (MDB), Flávio Cassina (PTB), Gládis Frizzo (MDB), Paula Ioris (PSDB), Paulo Périco (MDB), Rafael Bueno (PDT), Renato Oliveira (PCdoB), Velocino Uez (PDT) e Wagner Petrini (PSB).
Não votaram:
Gustavo Toigo (PDT), Rodrigo Beltrão (PT) e Alberto Meneguzzi (PSB, presidente).