Volnei Dondé é diretor-presidente da Caderode, empresa fundada em 1994 em Flores da Cunha, que é comandada por irmãos. Valdezir Dondé é o outro sócio da empresa. Juntos, eles são responsáveis por 165 empregos diretos e mais de 300 indiretos. Só neste ano, a companhia investiu mais de R$ 4 milhões em novas máquinas e tecnologia para o parque fabril de 15 mil metros quadrados, que inclusive está sendo repaginado, aproveitando o bom momento do setor moveleiro.
A seguir, Volnei Dondé detalha um pouco mais da sua trajetória profissional e quais os planos de expansão da marca da Serra, destaque no mercado de mobiliário corporativo.
Em quase 30 anos de empresa, como foi tua participação na Caderode? Em que áreas principais atuou e qual o principal desafio deste momento?
Iniciei minha trajetória na Caderode na parte fabril, pois sempre tive, tinha e tenho, até hoje, uma adoração pela manutenção, onde se trabalha na instalação de equipamentos, na construção de gabaritos de solda para cadeiras... E, naquele momento, éramos em poucos e tínhamos que fazer um pouco de cada função. No início, trabalhávamos apenas com cadeiras e, passados alguns anos, acabamos adquirindo uma nova empresa onde se fabricavam móveis. Neste momento, assumi a parte de supervisão, mas sempre colocando a mão nos processos. Afinal, era difícil ver o pessoal fazendo e não atuar no trabalho braçal junto, estava no sangue esta questão. A empresa foi crescendo e adquirindo novas tecnologias, mais colaboradores ingressavam. Foi então que contratei alguém para assumir a supervisão que até então eu administrava e assumi a parte industrial da empresa. Cuidava de vários setores: metalúrgica, móveis, estofaria. A divisão dos alumínios também permanecia embaixo de minha alçada, assim como as demais compras e engenharia. Hoje, na atual gestão, sou o diretor-presidente da empresa e meu sócio e irmão Valdezir gerencia toda a direção industrial da Caderode. E eu, como um diretor global, conheço a empresa como a palma de minha mão e tenho várias atribuições desde o desenvolvimento de produtos à busca por novas tecnologias.
Nessas três décadas, muita coisa mudou no cenário dos escritórios. Saímos dos ambientes executivos formais para ambientes compartilhados. Agora o destaque é para o home office. Para onde a Caderode está se voltando, como isso reflete na modernização de seu parque fabril e como se manter competitivo?
Acredito que hoje não é apenas uma particularidade do nosso mercado, mas todos os mercados são muito dinâmicos, competitivos e, cada vez mais, irão exigir que as empresas estejam em constante evolução, na busca por novas tecnologias, novos materiais, tendências entre outras tantas variáveis que vão surgindo com o passar do tempo. A nossa inquietude nos tira da zona de conforto e nos faz estar cada vez mais presentes junto ao nosso consumidor, avaliando comportamentos e necessidades. Muito mudou e muda a cada dia. Estamos atentos aos movimentos do mercado e ao que este novo consumidor precisa. Nosso desafio é estar sempre entre os principais players e, para isso, desenvolvemos constantemente linhas novas com produtos que contemplem o momento vivido, incluindo esse profissional que necessitou transformar sua casa em home office. Pensando na nossa equipe e em novas tecnologias para verticalização de alguns processos-chave, investimos frequentemente em maquinário. Vale destacar que dispomos de um laboratório próprio para testes e todos os produtos são fabricados seguindo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Além disso, contamos com a certificação FSC – uma das mais importantes do segmento, que garante que a madeira utilizada em todos os processos produtivos é proveniente de reflorestamento.
Vocês têm como clientes grandes players, como Samsung, DHL, Nestlé, Coca-Cola, Randon e Tramontina. As grandes marcas representam quanto do faturamento? E os pequenos? Para que mercados o negócio pretende se direcionar nos próximos anos?
Hoje, em torno de 25% do faturamento são direcionados para grandes clientes, e o restante, pulverizado entre mercado interno e exportação. Dentro do mercado brasileiro, temos diversas oportunidades em cidades que vêm apresentando crescimento importante, bem como alguns outros países os quais já estamos fazendo trabalhos de prospecção e visitação.
Como funciona efetivamente o recém-lançado Hub de Soluções?
As lojas da marca passarão a oferecer para os consumidores – além do já disponível mobiliário para escritório, cadeiras e divisórias – um mix completo de produtos que complementem o office do cliente. Entram decoração como poltronas, sofás, puffs, persianas, painéis e demais acessórios. Também haverá itens para parte externa, como bancos, bicicletários, floreiras e totens, proporcionando assim uma entrega completa. O hub vem para atender uma demanda do consumidor que chegou até nós por meio dos lojistas, que perceberam a necessidade de uma entrega completa na hora de efetuar uma venda. Assim, fechamos parcerias com marcas referências de todo o Brasil, como a Brisa Casa, Metalco, Vila Nobre e a Trilho Suisso e passamos a oferecer todos os itens necessários para um ambiente de trabalho nas 30 lojas da Caderode, além de Costa Rica, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
A marca tem 30 lojas abertas em diversas cidades do país. Estão previstas novas, além do showroom em Flores da Cunha?
O showroom de Flores inaugura no início de agosto em um ambiente inovador, moderno, de 300 metros quadrados, que será referência do Hub de Soluções. Em seguida, ainda este ano, novas lojas serão abertas em Porto Alegre, Florianópolis e Brasília, além de outras duas praças em prospecção.