Após mais de seis décadas na Avenida Planalto, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bento Gonçalves vai abrir as portas de sua casa nova nesta quinta-feira (6), na Rua Domênico Marini, no bairro Imigrante. O complexo educacional e recreativo é modelo de modernidade estrutural no Brasil. Mas, além disso, chama a atenção a autonomia financeira para a construção da nova sede, um investimento de R$ 14 milhões, entre terreno, construção dos prédios, mobiliário e equipamentos. Uma parceria com empresa local possibilitou erguer o prédio.
Durante os quase três anos do início das tratativas entre a entidade e a Forma Espaços Imobiliários, empresa que edificou a nova sede, houve algumas dificuldades da escola. Dentre elas, a insuficiência financeira, o que evidenciou a necessidade de buscar parceiros. Após reuniões de dirigentes da Apae e seus órgãos fiscais e representativos, foi firmado o contrato de permuta com a Forma Espaços Imobiliários. No documento, ficou estabelecida a construção da nova casa da entidade, além de outros incentivos à associação com a contrapartida do terreno onde estava edificada a entidade, no bairro Planalto, ser cedido à construtora. Para o atual presidente da Apae, Paulo Ranzi, a transição era imprescindível, dada a situação financeira. A nova sede, segundo ele, é uma grande oportunidade de melhorar a qualidade de vida dos alunos.
A história de corroboração entre a edificadora e a entidade não é nova. Francisco Alexandre Faggion Filho, sócio-diretor da Forma Espaços Imobiliários, destaca que a empresa já auxiliava a Apae com doações.
_ Ao tomarmos ciência das grandes dificuldades nos últimos anos, propomos a reinvenção da escola como um todo, migrando para uma área quatro vezes maior e com instalações que servissem de modelo para todo Brasil _ celebra.
A nova sede conta com diversas salas de aula e de atividades, além de piscina, biblioteca, padaria, espaços para profissionais de saúde, local dedicado exclusivamente para as mães e espaço para tarefas que envolvem os alunos com atividades do cotidiano, como preparo de alimentos, por exemplo. O complexo é equipado com sistema de captação de água da chuva para uso em serviços e conta com painéis fotovoltaicos para redução considerável dos custos mensais com energia elétrica. O projeto, do arquiteto Fernando Pasquali, deverá servir como modelo para construções em outras cidades. O complexo tem 2,5 mil metros quadrados construídos em uma área de 20 mil metros quadrados.
Atualmente, a Apae atua com três grupos de atendimento: a escola regular, com aproximadamente 60 alunos; o centro de convivência, que é frequentado pelos alunos que já concluíram a escola, mas precisam da integração social, com 45 alunos; e o centro clínico, que atende todas as áreas da saúde com média de 200 casos por mês.