E se todos os esforços do empresariado para ampliar a capacidade de atendimento de saúde não forem suficientes? Empresários de Caxias, em parceria com a prefeitura, vão transformar a Unidade Básica de Saúde São Vicente, no bairro Jardelino Ramos, em um centro de referência para atendimento inicial de suspeitos de infecção pelo coronavírus. Mas o aumento da fila de espera por leitos de UTI no município vem preocupando desde a semana passada, quando uma reunião da prefeitura com representantes de entidades da indústria colocou na mesa a possibilidade de redução de 75% para 50% do quadro de trabalhadores.
De acordo com o secretário de Urbanismo, João Uez, se a fila de espera por leitos seguir neste patamar, a indústria deverá sofrer novas restrições.
_ É uma chance real pelos números que estão aumentando _ alerta o secretário.
Uez disse a possibilidade foi levantada em uma reunião com representes do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) e Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás).
De acordo com o presidente do Simecs, que concentra a maioria das indústrias de Caxias, se a redução do quadro de trabalhadores ocorrer, as empresas vão acatar, mas Paulo Spanholi questiona a eficácia da medida.
_ Vamos seguir o que as autoridades decidirem. O que colocamos é que, dispensando o pessoal, vai ajudar ou piorar? Porque as empresas têm uma estrutura grande para atendê-los _ destaca Spanholi.
Ele também acrescenta que muitas indústrias estão operando com menos de 75% dos trabalhadores por conta da falta de matéria-prima ou pelo afastamento de funcionários.
Indústria plástica é contra redução de quadro
O presidente do Simplás, Gelson de Oliveira, diz que uma reunião da diretoria seria feita na noite desta segunda-feira (8) para tratar do impacto se houver redução do quadro para 50% e também da proibição da venda de utilidades domésticas no supermercados, já que a região tem muitas fabricantes que fornecem para grandes redes. No caso do risco de redução das atividades fabris, o presidente da entidade manifesta preocupação com a falta de alternativas.
_ Férias não tem mais, auxílio do governo também não... Por isso, quando foi falado sobre esta possibilidade, iniciamos todo este movimento na área da saúde para manter 75% do quadro.
Oliveira também destaca que a maior parte das empresas de plástico da região fornece embalagens ou atua no ramo essencial.