"Construir pontes é mais importante talvez do que assinar protocolos.”
A frase, proferida nesta segunda-feira pelo presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias, Ivanir Gasparin, durante a reunião-almoço, escancara que o pedido de inclusão de Caxias do Sul na lista de cidades que integram a Região das Hortênsias ainda não foi digerido pela classe empresarial.
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O líder fez questão de trazer à tona a temática aproveitando a presença na mesa de autoridades do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Emílio Andreazza. Para Gasparin, a integração da cidade ao lado de Nova Petrópolis, Gramado, Canela, São Francisco de Paula e Picada Café no mapa turístico deveria ser amplamente discutida com os setores econômicos, com entidades de classe, até para preservar a tradição de Caxias do Sul na produção da uva e do vinho.
– O que não se pode fazer é macular toda uma identidade histórica e tradicionalmente vinculada à uva e ao vinho. Queiram ou não, gostem ou não, o sobrenome de Caxias do Sul é uva e vinho, é Festa da Uva. É preciso ter muito cuidado com certas tradições. Elas requerem respeito, justamente porque guardam fatos que têm forte ligação com a história – disparou.
O secretário Emílio não reagiu. Preferiu o silêncio. Houve mal estar entre os empresários. Até porque, com a solicitação da Secretaria Municipal de Turismo, Caxias do Sul altera sua presença da atual Região da Uva e do Vinho, da qual faz parte desde 1971. Ceder ao apelo de uma região comercialmente turística não seria aceitar a descaracterização de uma cidade conhecida pela Festa da Uva e inserida num eixo com forte apelo enogastronômico?
Esse é o questionamento na mente de autoridades. A resposta não é determinante, mas a necessidade de levar o assunto ao debate sim, sob pena de perder nossa essência sem garantia de retorno turístico. Turismo se faz com experiências, integração e ações concretas, e não com protocolos e nomenclaturas.
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