É só circular por tradicionais lojas para perceber que ainda é comum o uso de carnês para compras a prazo, a despeito do crescimento de modalidades como o cartão de crédito.
Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), junto ao SPC, confirma a permanência dessa prática antiga: três em cada 10 brasileiros ainda usam crediário, por meio de carnês, boletos e cartões próprios de lojas.
Entre as motivações estão falta de condições de pagar as compras em dinheiro, pouca burocracia e possibilidade de parcelar e, com isso, comprar roupas e outros produtos para toda a família. O que não pode é a facilidade virar armadilha de endividamento.
Grandes redes de magazines e lojas tradicionais apostam na modalidade de carnês, mesmo correndo o risco de inadimplência, pela fidelização do consumidor.
Ao entrar numa loja para pagar uma prestação, não raro o cliente acaba adquirindo mais artigos ou presentes. É um efeito cascata interminável.
Ele sente-se atrelado àquele estabelecimento porque não precisa ter dinheiro em mão para pagar. Pode parcelar em cinco, seis vezes sem juros, ou ainda utilizar a modalidade de crédito da própria rede.
É uma estratégia assertiva ao comércio, e que exige bastante planejamento do consumidor para não perder de vista os carnês e entrar na lista do SPC.