Sim, o mercado de trabalho está retomando. Caxias do Sul gerou até novembro (últimos dados disponíveis pelo Caged) o saldo de 7.615 oportunidades em carteira assinada, consolidando 2018 como o ano da volta do emprego. Foi a cidade gaúcha que mais contratou, já descontados os desligamentos.
É motivo de festa? Sim e não. Sim, porque geração de postos de trabalho é um termômetro bastante fiel do fortalecimento das empresas. Mais empregos, mais renda, mais recursos irrigados para toda a economia. A indústria foi quem mais puxou esse desempenho positivo, que impacta de forma otimista em setores como o comércio e os serviços.
Ocorre que só a criação de empregos por si não é suficiente para incitar a euforia desejada. Em síntese, para alguns, o momento ainda não é de festejos. Por quê? Porque a retração econômica dos últimos quatro anos foi responsável por achatar os salários, enquanto o custo de vida (leia-se inflação) continua a corromper o orçamento das famílias.
Explica-se: com a crise econômica, Caxias amargurou o fechamento de 25 mil postos de trabalho. Com tanta mão de obra disponível, foi possível voltar a contratar com salários mais baixos. Os profissionais precisavam retornar ao mercado e se sujeitavam a ganhos inferiores. A remuneração dos trabalhadores passou a ser nivelada por baixo, enquanto luz, energia elétrica, telefone, combustível e alimentação só subiam.
Além da conjuntura desfavorável, o mercado de trabalho escasso e as dificuldades reais enfrentadas pelas empresas serviram de pano de fundo para reajustes tímidos nas convenções coletivas. Os empregos estão de volta. Agora, precisam voltar os salários justos para inflar a economia.
Leia mais: