Com o descredenciamento anunciado pela Unimed Nordeste de quatro laboratórios terceirizados em Caxias do Sul, a partir da próxima semana, leitores questionam como ficará a situação do Alfa, o principal parceiro do plano de saúde há cerca de 40 anos e um dos maiores complexos do setor de análises clínicas não só na cidade, mas no Estado.
A coluna entrevistou a diretora de Marketing da empresa, a biomédica Estefânia Weirich, que garante: a decisão trará certo impacto sim, mas não o suficiente para abalar a estrutura e o suporte do Alfa.
Isso porque o laboratório, nascido em 1976, diversificou a atuação nos últimos anos, “buscou outros caminhos”, atendendo não apenas planos de saúde, mas empresas (por meio de exames periódicos), pacientes particulares e, de forma estratégica, como laboratório de apoio para outros mais de 200 laboratórios em São Paulo, no Nordeste do país, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Nesse último caso, as amostras mais distantes vêm via logística aérea e os resultados são divulgados, como de praxe, pelo site. Esse braço de negócio contempla o fornecimento de serviço a outros laboratórios em pequenas cidades, cuja baixa demanda torna alto o custo de execução de alguns exames.
– Temos diversificado os mercados já há alguns anos. São 15 unidades de atendimento, e o descredenciamento atinge apenas as seis unidades de Caxias. Temos a filial de Farroupilha, que nunca atendeu a Unimed, e também operações que atendem outras regionais da Unimed (não impactadas) em Veranópolis, Gramado, Canela, São Francisco de Paula, Três Coroas e Nova Prata – detalha Estefânia.
Questionada se haverá cortes nos cerca de 200 funcionários atualmente, Estefânia diz não ter a resposta. Mas, garante, se isso ocorrer, não será na área técnica, mas sim nas equipes de atendimento e coleta de sangue.
Com reformas concluídas no final de 2018 em sua matriz, na Galeria Martinato, o Alfa abriga em estrutura anexa seu Núcleo Técnico, considerado o maior centro de exames do Rio Grande do Sul.
– Realizamos, em média, 300 mil exames por mês, com capacidade para 1,2 milhão de análises mensais – frisa a diretora de marketing.
Sem precisar qual a parcela de impacto da Unimed Nordeste no volume de demanda – o mercado especula 25%, 30% –, o Alfa tenta driblar a decisão do plano de saúde, comunicada há apenas 60 dias, embora houvesse “ameaça” de descredenciamento de longa data, tentando manter o prestígio junto aos clientes (“alguns da vida toda”).
Uma tabela com valores acessíveis, subsidiados, está sendo oferecida para quem optar por pagar os exames de forma particular.
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