Se há uma "pedra" no caminho dos exportadores brasileiros (e gaúchos), ela se chama Argentina.
Mergulhado numa crise econômica, acumulando inflação de 47,6% em 2018, a mais alta em 27 anos, o país vizinho é um forte parceiro comercial dos brasileiros. Porém, no momento, representa interrogações, o que impacta no volume de contratos além-fronteiras.
Os embarques gaúchos fecharam o ano passado com crescimento de 18,2% em relação a 2017, totalizando US$ 21 bilhões. Parece bom?
Parece, mas não é. Ocorre que, desconsiderando as operações com as plataformas de petróleo e gás, as vendas do Rio Grande do Sul para o Exterior encerraram o ano com expansão de apenas 2,2%, apontam dados da Fiergs. Se o zoom for somente na indústria, 2018 terminaria com queda de 0,5%, desconsiderando o quesito petróleo.
– Alguns segmentos importantes da pauta de exportações do Estado foram prejudicados pela crise econômica na Argentina, país que reduziu a demanda por importados de origem gaúcha em 21,5%. Já a indústria de alimentos sofre com a diminuição nas vendas para o Exterior de carne de frango e suíno – destaca o presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry.
Os impactos foram distintos dependendo do setor.
No que tange às atividades com forte atuação na Serra, eis os reflexos das exportações em 2018. Enquanto metalurgia avançou 33,1%, outros dois recuaram: veículos automotores, reboques e carrocerias, com diminuição de 4,5%, e materiais elétricos, com retração de 31,2%.