Com 2018 se despedindo (para alguns deixando saudades, para outros nem um pouco), empresários e lideranças começam a projetar 2019. O que esperar do ano que bate à porta? A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) – entidade-mãe do setor fabril gaúcho – divulgou suas perspectivas para o próximo ano. Duas reflexões são apontadas pelo presidente Gilberto Porcello Petry:
1º) Junto com 2018, a indústria gaúcha e nacional deixará para trás a mais profunda recessão já registrada em sua história.
2º) 2019 chega como o marco da recuperação econômica.
Parece simples. Mas não é. O dirigente faz duas importantes ressalvas.
A primeira envolve o momento atual, com um ambiente favorável puxado pela queda no endividamento das empresas e das famílias, a inflação controlada e os juros reduzidos.
A segunda observação abrange os desafios futuros para a recuperação efetiva do que foi perdido nos últimos anos.
Eis os dados:
Entre 2014 e 2016, a produção industrial no Estado caiu 18,5% e a do Brasil, 16,7%. Dessa forma, os crescimentos de 2017 (0,5% no Estado e 2,5% no país) e a estimativa para 2018 (4,7% e 2,5%, respectivamente) somados não chegam a um terço da queda acumulada.
– São tempos de recuperação para o setor industrial, que ainda carece de consolidação – afirma Petry.
O contexto econômico está estritamente vinculado ao político, à espera de medidas capazes de contornar a crise fiscal do Estado. Há expectativa entre empresários, mas também muita interrogação no ar com os novos governador e presidente.
A seguir as projeções da Fiergs para 2019:
Expectativas no ar
PIB
Projeção de crescimento de 2,4% para o Rio Grande do Sul, impulsionado pela melhora do cenário nacional, mas ainda prejudicado por conta da continuidade do delicado quadro das finanças públicas, e de 2,8% para o país.
INFLAÇÃO
Estima-se que a taxa de inflação (leia-se IPCA) fique próxima da meta (4,25%), devido à elevada ociosidade provocada pela crise. A variação em 2019 deve atingir 4,1%.
SELIC
A possibilidade é de manutenção da taxa durante a maior parte do ano, mas com um leve aumento no segundo semestre, fechando ao final de 2019 no mesmo patamar de 2018, de 6,5%. A maior previsibilidade da economia com juros mais baixos deve destravar o crédito.
DÓLAR
A melhora no cenário econômico brasileiro proporcionaria uma leve queda na taxa de câmbio, terminando dezembro de 2019 em R$ 3,75.
DESEMPREGO
No RS, a taxa de desemprego se mantém em torno de 8,2% e no país em 12,3%, mas há espaço para mais contratações na indústria em 2019 com a modernização trabalhista.