A Marcopolo, de Caxias do Sul, já comunicou aos seus funcionários: concederá férias coletivas de 15 dias a partir do dia 7 de janeiro nas duas plantas fabris do bairro Ana Rech, que compreendem ainda as marcas Volare e Neobus.
Cerca de sete mil trabalhadores dos setores de produção devem ser impactados pela medida e só retornarão às atividades no dia 21 de janeiro. A exceção fica por conta das áreas administrativas, com férias seletivas.
Na unidade do Rio de Janeiro, as férias coletivas serão ainda mais esticadas, em três semanas, e devem abranger a média de mil funcionários.
Mas por que a Marcopolo optou por conceder férias coletivas em janeiro e não a partir do Natal?
1º) Porque há muitos pedidos em carteira de carrocerias de ônibus para serem entregues até o final de ano. O destino principal: exportações.
2º) A Marcopolo vai parar em janeiro porque, para encarroçar os ônibus, depende de chassis fabricados por montadoras, como Mercedes-Benz, Volkswagen, Scania e Volvo, que normalmente fazem férias coletivas na virada do ano, comprometendo o fluxo de entrega.
3º) Pausando a produção de forma coletiva, em janeiro, a empresa garante equipe integral para retomar com força os pedidos de começo de ano.
O momento da Marcopolo é de entusiasmo, após a apatia que tomou conta do setor automotivo nos últimos anos de retração econômica, revela seu último desempenho.
A receita líquida consolidada da empresa cresceu 45,5% de janeiro a setembro, alcançando a portentosa cifra de R$ 2,957 bilhões.
O resultado foi puxado pelo crescimento de 82% no mercado brasileiro e de 34% nas exportações. O lucro líquido avançou 165% e atingiu R$ 119 milhões, contra R$ 44,9 milhões nos primeiros nove meses de 2017.