O tema oficial da reunião-almoço da CIC de Caxias, nesta segunda-feira, era responsabilidade social empresarial, com dois motes: os 30 anos da Fundação Marcopolo e a palestra de Amaralina Xavier, executiva de Comunicação na Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, braço social do Grupo RBS.
Mas o assunto extra-oficial que dominava as conversas das mesas e as intervenções dos empresários ao microfone era outro: eleições.
O ponto alto das explanações ficou por conta de Astor Milton Schmitt, acionista da Randon e diretor de Economia, Finanças e Estatísticas da CIC, ao defender que a entidade deve assumir uma postura pública em relação ao segundo turno das eleições presidenciais:
– Queremos fertilizante ou pesticida? Nosso apoio é para Jair Messias Bolsonaro – declarou, no que foi aplaudido por parte da plateia.
Os demais ficaram estarrecidos com a ousadia da posição, uma vez que a casa, embora de forma indireta defenda partidos e políticos, e critique outros, na prática, prefere se manter neutra.
Ao questionar o presidente, Ivanir Gasparin, sobre se a CIC vai abrir seu voto, a resposta foi não. Mas salientou que os diretores podem se posicionar de forma individual.
Antes do episódio, Gasparin, em seu discurso de abertura, havia lamentado o fato de Caxias do Sul não ter eleito nenhum deputado federal, pela pulverização de votos com o excesso de candidatos. Falta trabalhar pelo coletivo e bem-comum, e não de forma individualista, destacou, já que essa ausência estanca projetos de desenvolvimento.
O assunto também foi mencionado ao microfone pelo empresário Nelson Sbabo, ex-presidente da CIC, criticando que as pessoas de fora que moram aqui não teriam a noção necessária para votar nos nossos candidatos, apenas absorvem os benefícios da cidade.