Há mais de quatro meses – precisamente em 25 de abril –, a direção do Grupo Zaffari anunciou o novo nome do Shopping San Pelegrino, que passou a chamar-se Bourbon San Pellegrino. A novidade veio após a aquisição do complexo de compras pela rede de varejo gaúcha, em 11 de janeiro deste ano. Até então, o shopping pertencia à subsidiária brasileira da israelente Gazit Globe.
A partir daquele momento, gerou-se expectativa, tanto no público quanto nos comerciantes, em relação a estratégias comerciais, campanhas promocionais e reformatação no mix de lojas para potencializar o centro comercial, em funcionamento desde 2010.
Porém, lojistas instalados no Bourbon San Pellegrino ouvidos pela colunista reclamam do fechamento de lojas e da demora na chegada de operações previstas.
Para entender esse momento de transição, a jornalista entrevistou com exclusividade Claudio Luiz Zaffari, diretor do Grupo Zaffari, que explica o que a empresa anda planejando para o mercado caxiense, onde já atua com quatro supermercados, além do Bourbon San Pellegrino, que é o 13º shopping gerido pela companhia. Confira a seguir trechos da entrevista:
O que está sendo desenhado para o Bourbon San Pellegrino?
Um shopping é como um transatlântico e precisa fazer a manobra de acordo com o tamanho, de forma devagar, não dá para mudar bruscamente. Nesse primeiro momento, focamos na gestão, em mudar o sistema, organizar os contratos e outros assuntos operacionais que não aparecem ao público. Precisamos fazer as mudanças com a máquina ligada.
Houve campanhas promocionais?
Sim, fizemos campanhas dos dias das Mães, Namorados e Pais. Passamos a ser um shopping pet friendly (amigo dos mascotes), recebemos o projeto Concertos Comunitários e fizemos a readequação gráfica da estrutura. Também fechamos um programa de qualificação do varejo junto ao Sebrae. Outro diferencial foram eventos, como a Feira Nações & Artes e o Museu Egípcio Itinerante.
Qual foi o desempenho do shopping neste ano?
No primeiro semestre, houve desempenho positivo na maioria dos segmentos e lojas, com a média de crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2017. Já o supermercado registrou incremento de 9,38% no período, a despeito da significativa deflação.
Quais as próximas operações projetadas?
A academia Usina do Corpo (prevista inicialmente para junho, num investimento de R$ 1,5 milhão) está em plena obra e deve iniciar as atividades no começo de novembro. Também teremos 600 m2 ao lado para a área de recreação Magic Game. Recebemos a Florybal e outras lojas. Mas estamos olhando o mercado e negociando outras operações. Entendemos que a tendência da economia a partir das eleições é de novos rumos com perenidade para investimento e agilidade na tomada de decisões. Teremos ajustes. Algumas lojas eram provisórias e outras estão tendo desempenho insatisfatório. Então, a mudança faz parte do ajuste.
Haverá a complementação do mix?
Essa é a expectativa para 2019. Estamos com pedidos por parte dos clientes de algumas marcas e outros setores que terão atenção, como o de cama mesa e banho; cozinha e lar; eletroeletrônicos; moda e gastronomia. Será um processo de renovação. As âncoras se manterão com Renner, Americanas, Cinépolis e hipermercado Zaffari.
O San Pellegrino está adequado ao perfil Bourbon?
Precisamos caminhar bastante ainda. E criar musculatura, o que demora. Mas é um shopping numa região valorizada. Será um empreendimento de bom nível.