Nasce a maior empresa gaúcha da construção civil de alto padrão com capital 100% local. As protagonistas dessa história são duas construtoras caxienses, com marcas já consolidadas no mercado.
A Censi e a Fisa anunciaram nesta quarta-feira fusão para tirar da prancheta um ambicioso plano de crescimento num filão que esboça reação, após anos de timidez econômica. Os funcionários das duas companhias foram comunicados da união de forças em evento no final da tarde.
A parceria busca aliar expertise, potencializar investimentos e minimizar fragilidades para garantir um horizonte promissor de oportunidades para a agora nomeada Censi Fisa. A ideia é que, somando as forças, as empresas não apenas dupliquem as possibilidades de expansão, mas tripliquem, quadrupliquem. Após sete meses de tratativas, a fusão foi assinada pelos sócios das duas empresas, os irmãos Fabrício e Daniel Zarth, da Fisa; e o casal Fabrício e Michele Censi, da Censi.
– O mercado vai retomar e fizemos a lição de casa – salienta Fabrício Censi.
Unindo a Censi e a Fisa, o resultado é uma equipe de mais de 100 funcionários diretos e outros mil indiretos, atuantes nas obras. Os números empolgam: num período de três anos, a Censi Fisa colocará argamassa em projetos de R$ 1,2 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV), perfazendo 14 empreendimentos em Caxias, Porto Alegre e Gramado. Outros R$ 400 milhões já abrangem imóveis conjuntos em estoque e em andamento.
– Juntamos sinergias para criar uma empresa séria, estruturada e segura – define à colunista Daniel Zarth.
O momento é de incorporadoras regionais, profissionalizadas, mas com a presença dos donos, avaliam os sócios.
Em conjunto, a Censi e a Fisa já edificaram 500 mil m2 distribuídos em 2,5 mil unidades de empreendimentos residenciais e comerciais de alto padrão.
A nova organização decidirá até o final do ano em qual das sedes das empresas centralizará as operações. A boutique Censi será mantida, agregando o nome Censi Fisa, assim como o escritório da Capital. Os empresários garantem que a matriz permanecerá em Caxias do Sul, cidade que também concentra o maior número de apostas da companhia que surge com a união de betoneiras.
Esse é o segundo movimento da Fisa no mercado caxiense em três meses. Em maio, a incorporadora teve 100% do controle vendido ao Grupo Zarpp – conglomerado, com matriz em Lajeado, dos irmãos Daniel e Fabrício Zarth –, que já detinha há três anos 50% de participação societária na empresa. O fundador Everton De Boni Santos decidiu por vender sua parte e retirar-se da construtora para mirar projetos pessoais.
Três meses depois, numa estratégia que já vinha sendo costurada, a Fisa dá mais um passo rumo à expansão, anunciando a fusão com a sua até então concorrente Censi, ambas com forte atuação no público de classe A.
Com um saldo conjunto de 73 empreendimentos entregues, e com sete novos em andamento, a nova companhia planeja projetos sofisticados especialmente no segmento residencial.
Entre as novidades estão dois projetos imobiliários a serem erguidos no bairro Exposição, em terrenos que já integraram a Chácara dos Eberle, pertenciam ao empresário Paulo Bellini (e ao seu campo de golf), falecido em 15 de junho de 2017, e foram vendidos pela família. Situados na ruas Andrade Neves e Santos Dumont, com lançamentos previstos para 2018 e 2019, respectivamente, os residenciais devem homenagear a memória de um dos fundadores da Marcopolo. Os apartamentos de altíssimo padrão serão vendidos, em média, a R$ 2,2 milhões e R$ 3,5 milhões.
Como a gestão é profissionalizada, a presidência executiva da Censi Fisa estará a cargo de Rodrigo Martins, paulista, com mais de 23 anos de experiência na Rossi Residencial.