O turno 6x2 está arrastando a convenção coletiva dos metalúrgicos de Caxias do Sul e região, que, na falta de consenso, começou a ser mediada pela Justiça.
Na segunda-feira, na primeira audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre, os representantes do sindicato patronal (Simecs) não assinaram o acordo por condicionar o índice de reajuste (de 2,8%) e as cláusulas sociais (como auxílio-creche e quinquênio) à possibilidade de os funcionários trabalharem seis dias por semana e folgarem os dois seguintes, o que abriria margem para o expediente aos finais de semana.
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Um metalúrgico poderia trabalhar, por exemplo, de segunda a sábado e folgar no domingo e segunda. Ou de terça a domingo, folgando na segunda e terça-feira. O turno 6x2 já havia sido rejeitado pelos metalúrgicos em assembleia geral, no dia 28 de julho. O principal receio é de que os funcionários precisariam exercer a atividade na maioria de sábados e domingos, e casais metalúrgicos poderiam não ter onde deixar os filhos, que ao longo da semana permanecem em escolinhas.
Sem avanço nas tratativas, nova audiência foi agendada para o dia 23 de agosto, às 17h. Do lado oposto, os empresários argumentam que a medida ampliaria o número de turnos, a geração de empregos e reforçaria os salários com o adicional aos finais de semana.