A queda de braço entre patrões e empregados do setor supermercadista envolvendo o dissídio culminou com a proibição de abertura dos estabelecimentos no feriado de quarta-feira. O Sindicomerciários, representante dos trabalhadores, entrou com uma ação na Justiça, alegando que não há acordo coletivo firmado – o dissídio deveria ter sido fechado até 30 de junho.
Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre, impediu que os supermercados de Caxias do Sul, Flores da Cunha, Nova Pádua e São Marcos abrissem com a mão de obra empregada no 20 de Setembro, sob pena de pagarem multa de R$ 1 mil por trabalhador em atividade.
No pano de fundo está o impasse do acordo coletivo. Os empregados consideraram ofensivo o índice de 2,56% oferecido como reposição da inflação pelo Sindigêneros (representante dos supermercados). A justificativa é de que o cenário econômico não permite melhor proposta.
Os profissionais reivindicam reajuste de 5% e a revisão do bônus por feriado trabalhado. Os proprietários de mercados que tentaram abrir as portas no feriado precisaram recuar, pois foram notificados por oficiais de Justiça.
Quem perde? Todos. Os supermercados, impedidos de faturar e movimentar a economia; os trabalhadores, especialmente os que precisam de dinheiro extra; e o cliente, prejudicado nas suas demandas em pleno feriado. O assunto precisa ser clareado sob risco de se repetir nos próximos feriados. O ambiente de negociação fica desgastado. Patrões e empregados não são rivais. São cúmplices no desenvolvimento.