De fato, essa crise é considerada por muitos sem precedentes, até porque atingiu sem clemência a indústria, o principal motor econômico de Caxias.Durante décadas, a cidade era parada obrigatória de quem buscava oportunidades para empreender, estudar e trabalhar.
Nossa vocação para gerar empregos passou, a partir da retração que se estabeleceu na cidade ainda em meados de 2014, a ser colocada em xeque, com o enxugamento de postos e o fechamento de empresas.
Na crise econômica de 2009, tendo pano de fundo mundial, Caxias fechou aquele ano no azul, com 328 empregos criados. No ano seguinte, 2010, os negócios voltaram a engrenar com força, com 14 mil novos empregos gerados. A crise foi passageira, não como essa.
Agora, a retração mostra uma face mais dramática, com 21 mil oportunidades extintas desde 2014, sendo 18 mil vagas encerradas em um ano e meio. Por enquanto, Caxias do Sul emprega 161.774 profissionais com carteira assinada, retornando ao patamar dos primeiros meses de 2010. A indústria diminuiu sua representatividade, hoje absorvendo 72.663 pessoas, 45% do total.
Em 2013, eram 183.173 pessoas empregadas no município, sendo mais de 50% pelo segmento fabril. A diversificação da matriz econômica e a aposta em uma política industrial que, além de atrair grandes companhias, também fidelize as aqui instaladas, não favorecendo que escolham outros municípios ou Estados para expandir, serão fundamentais.
Precisamos recuperar as vagas perdidas, mas com sustentabilidade, apoio do município e melhor infraestrutura, acreditando que Caxias do Sul voltará a ser o destino certo para quem quer empreender, trabalhar, estudar e crescer. A cidade e seus habitantes precisam recuperar sua autoestima, logo.
Efeitos da crise
Caixa-Forte: Como Caxias recuperará a autoestima?
Depois de fechar 21 mil empregos desde 2014, cidade precisa voltar a ser o destino certo para quem quer empreender, trabalhar, estudar e crescer
Silvana Toazza
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