Foi com um sentimento de “otimismo cauteloso” em relação ao ambiente macroeconômico, como definiu, que o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, começou sua explanação nesta segunda na reunião-almoço da CIC de Caxias.
Com um currículo que acumula funções como a de secretário do Tesouro Nacional e a de diretor Financeiro do BNDES, Kawall admitiu que o Brasil vive “uma crise sem precedentes.”
A matemática escancara: o Brasil está entre os piores países do G-20, com cinco trimestres consecutivos de queda do PIB, que deve encerrar 2016 com recuo de 3,3%. Para o ano que vem, sua aposta é de crescimento ínfimo de 0,5%, chegando a 2% em 2018.
Crédito caro, inadimplência, inflação fora da meta, aumento do desemprego e queda da massa salarial estão entre os fatores que impedem o avanço da economia, descortinando o esgotamento do modelo de crescimento focado no consumo.Não é só isso: o economista pontuou com ênfase a questão do descontrole das contas públicas e a necessidade de um “consenso político” pós-impeachment, pois se fazem emergenciais reformas estruturais profundas, a exemplo da Reforma da Previdência.
– Precisamos de cautela para entender que os desafios são muito grandes, com recuperação lenta – salientou.
Uma boa notícia aos exportadores da indústria pesada de Caxias: o economista-chefe do Banco Safra aposta que o dólar fechará 2016 a R$ 3,20 e poderá chegar a R$ 3,30 em 2017.